Remoção de fósforo por sistemas de alagados construídos cultivados com Eichhornia crassipes com baixos tempos de detenção hidráulica em escala piloto
A eutrofização é um problema ambiental que atinge cerca de 50% dos lagos na Ásia, Europa e América do Norte, bem como 41% dos lagos na América do Sul e 28% dos lagos na África. O fósforo (P), em especial, vem sendo apontado como o elemento chave para o controle da eutrofização. Além disso, este elemento é essencial para a manutenção da vida, visto que faz parte da molécula de energia, é insubstituível e suas fontes naturais estão se esgotando. A principal fonte de P para os ecossistemas aquáticos é o lançamento de esgotos tratados ou ineficientemente tratados. Assim, tecnologias que promovam a remoção e o reaproveitamento de fósforo de efluentes possuem papel crucial no controle da eutrofização de corpos d’água, bem como com a ciclagem deste composto. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a eficiência de remoção de fósforo por meio de leitos não plantados e plantados com E. crassipes em escala piloto com baixos tempos de detenção hidráulica (TDH de 1 e 3 dias), com o intuito de maximizar a remoção deste composto e diminuir a área utilizada para implantação em maior escala. O estudo foi conduzido na Estação de Tratamento de Esgotos do Parque Andreense (Santo André - SP), sendo que seus efluentes são ricos em fósforo e atualmente são lançados em um córrego que deságua no Braço Rio Grande da Represa Billings. Foram realizadas 6 coletas no período de seca com intervalos máximos de 96 h, onde foram monitorados os seguintes parâmetros: pH, condutividade elétrica, turbidez, temperatura, cor aparente, sólidos dissolvidos totais, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), fósforo total, além da área ocupada pela biomassa, número de indivíduos e massa úmida das plantas. Dentre os principais resultados, observou-se que os tanques com TDH de 1 dia impactam positivamente na qualidade da água para os parâmetros turbidez, cor aparente e condutividade elétrica quando comparados com os tanques com TDH de 3 dias. Entretanto, não houve diferença significativa na remoção de fósforo para os diferentes TDHs e tanques plantados e não plantados. Isso pode estar relacionado à baixa concentração de nitrogênio na fase líquida de entrada, que pode ter limitado o crescimento das plantas e o acúmulo de P. Estudos complementares devem ser considerados para avaliar as condições limites da remoção de fósforo em função de outras variáveis. Os resultados identificados neste trabalho contribuem para o aprimoramento do conhecimento sobre esta tecnologia, identificando suas restrições de aplicação e efetividade em condições limítrofes.