Impacto das Nanopartículas de Dióxido de Titânio na Nucleação e Crescimento de Cristais de Estruvita para a Recuperação de Fósforo de Esgoto Sanitário
Nas últimas décadas, os processos biológicos de tratamento de esgoto sanitário foram significativamente aperfeiçoados, especialmente na remoção de fósforo, visando reduzir o desequilíbrio nutricional dos ecossistemas aquáticos que recebem os efluentes tratados. Globalmente, diversas estações de tratamento conseguem remover biologicamente o fósforo em quantidades superiores às necessidades metabólicas dos microrganismos de depuração. No Brasil, essa tecnologia ainda não é amplamente utilizada, e estudos continuam a ser realizados para adaptar e otimizar o processo às condições locais. O lodo excedente, geralmente enviado a aterros sanitários após tratamento adequado, contém fósforo removido do esgoto, resultando na perda de um nutriente valioso.
Recentemente, algumas estações de tratamento implementaram processos de recuperação de fósforo em escala real, precipitando-o na forma de estruvita (MgNH4PO4.6H2O). Após a digestão anaeróbia do lodo, o fósforo liberado na fase líquida é desidratado, e o líquido resultante é tratado em um reator para precipitação de estruvita. O presente estudo teve como objetivo avaliar, com sucesso, em escala laboratorial, as condições necessárias para a recuperação de fósforo do esgoto sanitário pelo processo de precipitação de estruvita. A pesquisa inovou ao utilizar nanopartículas metálicas para acelerar a nucleação dos cristais de estruvita, avaliando a eficácia dessa abordagem em diferentes condições.