Condições para uma revolução pós-Keynesiana: Uma análise institucionalista sobre macroeconomia e desenvolvimento econômico
A crise financeira global, a pandemia da COVID-19, a guerra da Ucrânia e a crise ecológica colocou a prova as políticas econômicas convencionais após a emergência do neoliberalismo. Como o mainstream econômico não estava preparado para soluções como planejamento e coordenação econômica, um grupo de economistas pós-Keynesianos que definem a moeda como criatura do Estado (neo-cartalistas)ganharam destaque. Foram bem sucedidos em criar uma marca “Modern Money Theory”, uma mensagem clara “Os impostos não financiam os gastos do governo”, uma proposta ousada “O Estado pode garantir um emprego para cada um que queira e esteja capacitado” e um slogan “Green New Deal”. Apesar de não negarem o papel do mercado, a MMT clama por planejamento econômico. Contudo, não possuem um arcabouço teórico que dê conta da mudança institucional necessária e do desenho das instituições capazes de lidar com os conflitos e contradições que estas propostas carregam. Apresentamos dois ensaios para lidar com esse problema, e ambos partem do ponto de vista privilegiado do Institucionalismo Radical de Thorstein Veblen como uma importante influência de vários neo-cartalistas; e Karl Polanyi, um dos defensores da moeda cartal e de crédito. O primeiro ensaio visa esboçar uma macroeconomia consistente com Veblen e Polanyi e cotejar com a MMT. O segundo ensaio estende o institucionalismo pós-Keynesiano a abordagens sobre o desenvolvimento econômico kaldorianas e polanyianas sobre o desenvolvimento econômico. O resultado é o esboço de uma abordagem da Economia Política de viés institucionalista radical que pode, se aceita, estender a arcabouço de análise e prescrição de política pública da MMT a uma diversidade maior de contextos institucionais e relações de centro-periferia do que as quais a MMT havia originalmente analisado.