CHINA SHOCK E A INSERÇÃO FEMININA NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO
Pode-se afirmar que o Brasil foi um caso de sucesso de crescimento econômico baseado no processo de substituição de importações. No final do século passado e após um período de estagnação do crescimento, a abertura comercial tornou-se uma das principais políticas para auxiliar na redução da inflação, através do aumento de competitividade. Recentemente, com o China shock, a economia do país foi exposta a uma concorrência maior. Em um período similar, ocorreu um aumento na proporção de trabalhadoras formalizadas no Brasil. Com o intuito de avaliar se o choque comercial contribuiu para a melhoria das condições de mulheres no mercado de trabalho brasileiro, a dissertação de mestrado proposta é composta por dois exercícios empíricos. No primeiro exercício, que se encontra mais desenvolvido e próximo da finalização, explorou-se o fato de que as microrregiões brasileiras foram afetadas de modos distintos pelo China shock, para então verificar se a expansão da participação chinesa no comércio internacional influiu no aumento da proporção de mulheres no mercado de trabalho formal, entre os anos de 2000 e 2013, a partir de dados do mercado de trabalho brasileiro formal (RAIS) e informações sobre os fluxos comerciais entre Brasil e China (base de dados BACI). O segundo exercício proposto se encontra em uma versão embrionária, e tem como principal objetivo examinar se o China shock contribuiu para a redução da segregação ocupacional por gênero no Brasil, através da ampliação na proporção de mulheres atuantes em ocupações tradicionalmente masculinas no mercado formal, entre os anos de 1996 e 2013, explorando agora como os setores brasileiros de atividades econômicas foram impactados por este choque comercial. As principais bases de dados para esta etapa serão novamente a RAIS e a BACI.