A representatividade interseccional das mulheres na Câmara dos Deputados: análise de 20 anos do exercício das cotas
O objetivo da pesquisa é investigar em que medida foram efetivas as política públicas para ampliar o número de mulheres na política brasileira e corrigir a sub-representação feminina interseccional no âmbito da Câmara dos Deputados. A hipótese é que estas políticas não têm conseguido incluir mulheres de perfis diversificados, se comparado com o comportamento dos candidatos, eleitos e não eleitos, homens. Aqui se considera a importância da representação descritiva para melhorar a capacidade de elegibilidade das mulheres com diferentes perspectivas de vida. Após a revisão da literatura, busca-se examinar o conteúdo das ações afirmativas para as mulheres na política, criadas e editadas na legislação federal desde as eleições de 1998. Com isso, é possível analisar o perfil das mulheres que foram candidatas eleitas e não eleitas a Deputadas Federais em 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018, traçando os perfis por um viés interseccional, comparando com o comportamento do perfil dos homens, no mesmo período. Desta forma, verificam-se os limites das mencionadas ações afirmativas na capacidade de modificar a composição estrutural da Câmara dos Deputados nos 20 anos de exercício da lei de cotas para mulheres na política.