Política de Drogas no Brasil uma análise descritiva da política repressiva
Neste estudo de caso, busca-se compreender uma parcela significativa da política de drogas implementada no Brasil, tendo como foco a sua parcela repressiva, ou seja, aquela que dá conta de apreender as substâncias proibidas e prender as pessoas envolvidas em seu comércio definido por lei como ilícito.
A escolha deste aspecto se dá porque este é um aspecto central da política pública, sob qualquer viés de análise, seja pelos recursos empregados, seja pela relevância que recebe da cobertura jornalística ou dos produtos culturais que retratam a questão das drogas. Nos noticiários há diariamente fotos de cocaína, crack e maconha organizados em uma mesa, normalmente acompanhados de um pouco de dinheiro, eventualmente uma balança e quase invariavelmente um brasão que indique o batalhão responsável pela apreensão. Quanto aos recursos empregados, não há dúvidas da relevância do custo da proibição. A título de exemplo, estima-se que 2017, o estado de São Paulo tenha despendido R$ 5,3 Bilhões (em valor presente), cerca de 9,3% de todo o orçamento gasto com o sistema de justiça criminal, ou cerca de 1,6% do orçamento total do Estado. Os pontos mencionados demonstram a relevância da repressão criminal ao tráfico de drogas. Mas há diversos aspectos de ordem social, que ao analisarmos a vida dos indivíduos e famílias atingidos pela política de repressão que são abordados e demonstram que em alguma medida o gasto com a repressão traz prejuízos para as famílias.