Relações de flutuação e incertezas termodinâmicas na presença de medidas e feedback
Devido aos significativos avanços teóricos e experimentais, hoje somos capazes de medir e controlar sistemas no nível de moléculas e átomos individuais. Nesse cenário, além de exibirem propriedades genuinamente quânticas, os sistemas encontram-se fora do equilíbrio térmico, tornando as flutuações de energia inevitáveis. Dessa forma, é necessário descrever grandezas oriundas da termodinâmicas como trabalho, calor e entropia através de quantidades estocásticas, ou seja, por meio de distribuições de probabilidades.
Nessa direção, o desenvolvimento de relações ou teoremas de flutuação tornou-se fundamental para entendermos o comportamento e as correlações entre observáveis termodinâmicos estocásticas. Além de proporcionarem novas abordagens sobre as origens da irreversibilidade, processos de dissipação de energia e generalizações da segunda lei da termodinâmica para sistemas longe do equilíbrio, as relações de flutuação nós permitem analisar o processo de medição seguida por uma operação condicionada, conhecido como feedback ou retroalimentação, afim de quantificar as consequências de tratar a informação como um recurso em processos físicos.
Nesse trabalho, apresentamos dois estudos experimentais utilizando a técnica de ressonância magnética nuclear. O primeiro, concentra-se na verificação de uma relação de flutuação num cenário quântico que possui controle e retroalimentação. Embora, existam muitas propostas teóricas para se verificar teoremas de flutuação na presença de feedback, até onde sabemos, essa é a primeira demostração experimental utilizando spins nucleares. O segundo, concentra-se em testar a robustez de um conjunto de desigualdades, que estabelecem uma conexão entre a flutuação de quantidades termodinâmicas e a dissipação durante um processo estocástico, intituladas de relações de incerteza termodinâmicas, frente à assimetria provocada por um processo de medida e feedback.