Como varia o tamanho corporal de anfíbios anuros ao longo de gradientes na Mata Atlântica?
Durante séculos, pesquisadores buscam entender os padrões de diversidade de espécies no planeta. Inserido nesse campo, encontra-se o estudo da distribuição de caracteres morfológicos no espaço, conhecidos como padrões ecogeográficos. Um padrão bem conhecido é a Regra de Bergmann, que sugere que os vertebrados endotérmicos são maiores em locais de maior latitude, por estes locais apresentarem menores temperaturas. No entanto, em ectotérmicos, a variação no tamanho corporal não tem sido atribuída somente à temperatura. Inúmeras hipóteses foram sugeridas para elucidar essa questão. Propomos neste projeto explorar a variação do tamanho corporal de anuros ao longo de gradientes climáticos na Mata Atlântica para testar hipóteses anteriormente propostas. A Mata Atlântica é interessante para explorar variação de tamanho corporal, pois sua topografia e extensão implicam em variações climáticas. Foram utilizadas seis espécies endêmicas da Mata Atlântica, de diferentes grupos filogenéticos, das quais foram tomadas medidas de comprimento rostro-cloacal e robustez. As medidas foram relacionadas com variáveis bioclimáticas derivadas de temperatura, precipitação e evapotranspiração potencial. Diferentes padrões de tamanho corporal foram encontrados dentre as espécies selecionadas e dimensões corporais analisadas. Para explicar os padrões, variáveis climáticas distintas estiveram associadas. Desta forma, entende-se que a variação de tamanho corporal é dependente de diferentes características de história de vida, fisiológicas, biológicas e ecológicas dentre as espécies. Sendo assim, é necessário cuidado na busca de padrões globais de variação, pois determinadas propriedades intrínsecas das espécies podem ser essenciais na compreensão da variação de suas dimensões.