DIVERSIDADE FILOGENÉTICA DE CUPINS AO LONGO DO GRADIENTE LATITUDINAL DA MATA ATLÂNTICA
Cupins são insetos hemimetábolos e eussociais, que vivem em complexas colônias. Eles exibem um sistema de castas, dentro das quais possuem características morfológicas específicas e divisão de tarefas. Os cupins apresentam relativamente alta diversidade e grande abundância, principalmente nos trópicos, entretanto, a maioria dos estudos em ecologia de comunidades com esses insetos focam em medidas tradicionais de diversidade, como alfa, beta e gama. A Diversidade Filogenética é uma outra dimensão da diversidade, que busca medir a quantidade de história evolutiva de uma comunidade biológica, auxiliando na compreensão e identificação dos processos ecológicos envolvidos na estruturação das comunidades. Para medir a diversidade filogenética, utiliza-se, além de uma lista de espécies, uma filogenia robusta contendo todas as espécies de determinada comunidade. O objetivo geral desta dissertação é analisar a diversidade filogenética de diferentes comunidades de cupins, buscando entender e explicar seus padrões. Utilizamos os dados de Cancello e colaboradores (2014), que avaliaram a diversidade e abundância de cupins ao longo do gradiente latitudinal na Mata Atlântica. Nele testamos a hipótese de que a diversidade filogenética aumenta conforme a latitude diminui. Utilizamos uma hipótese filogenética que integrou dados taxonômicos e filogenéticos de todas as espécies de cupins conhecidas, e fornece um conjunto de mil árvores que consideram a incerteza filogenética. Houve correlação entre diversidade filogenética (PD) e riqueza de espécies (SR). Nos locais mais ao norte do gradiente estudado e com maior riqueza de espécies, encontramos maior diversidade filogenética (PD), corroborando nossa hipótese. O local com maior valor de MPD foi o segundo mais ao sul, enquanto o com menor riqueza de espécies apresentou o maior valor de MNTD. E o local com maior riqueza de espécies e que é mais ao norte apresentou menor MNTD. Três locais apresentaram valores negativos de ses.MPD, sugerindo agrupamento filogenético. Nos outros locais, a estrutura filogenética apresentou um padrão que não diferiu significativamente do esperado aleatoriamente. Como conclusão geral, podemos dizer que a diversidade filogenética em cupins tem uma alta correlação com a diversidade alfa, seguindo o mesmo padrão em resposta ao gradiente latitudinal. Quanto ao processo de estruturação das comunidades, as espécies de cupins aparentam ser impulsionadas por processos neutros.