Práticas educacionais com famílias, crianças e jovens com deficiência intelectual e/ou autismo
O estudo tem como objetivo geral verificar se uma proposta de intervenção educativa breve envolvendo a díade família-criança/jovem com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e/ou Deficiência Intelectual (DI) é suficiente para promover a aprendizagem de comportamentos específicos. O estudo foi composto por três objetivos específicos, organizados em três capítulos. No Capítulo 1, o objetivo de pesquisa foi verificar se estudos que implementaram a intervenção educacional envolveram a família e a escola e, em caso positivo, identificar quais foram as condições de envolvimento e impacto na aprendizagem da criança com autismo e/ou deficiência intelectual. Outro ponto foi verificar quais instrumentos têm sido utilizados nas pesquisas para estudar o envolvimento entre família e escola, assim como fluxos de trabalho e procedimentos metodológicos estabelecidos para a intervenção educacional. O Capítulo 2 teve como objetivo específico verificar se uma intervenção educativa breve de sete semanas aplicada por universitários em formação docente inicial seria suficiente para modificar a percepção das mães em relação ao desenvolvimento da criança e/ou jovem. Participaram 10 famílias e 10 universitários em formação inicial. A intervenção foi avaliada por um delineamento A-B-A (aplicação de uma avaliação, intervenção e reavaliação). Os resultados evidenciaram que de 10 mães, sete modificaram suas percepções acerca do desenvolvimento dos seus filhos, identificando maior número de respostas independentes por eles nas áreas de comunicação, socialização e atividades de vida diária. O Capítulo 3 tem como objetivo avaliar o efeito de uma intervenção educacional breve de 12 semanas no desenvolvimento da criança e/ou jovem, em relação aos objetivos de ensino, assim como a implicação familiar e escolar. Serão selecionadas seis famílias participantes do grupo de pesquisa liderado pela orientadora, assim como as professoras responsáveis pela sala de aula, em que as crianças e jovens estarão matriculados. Será utilizado um delineamento de linha de base múltipla entre ambientes (residência e escola) para medir o efeito da intervenção. Serão utilizadas entrevistas semiestruturadas e observação sistemática na residência e na escola durante a intervenção. Foi verificado no Capítulo 2 que ao verificar as respostas independentes dos seus filhos, as mães modificaram as interações com os seus filhos, qualificando-as e com isso potencializando o desenvolvimento. Já com o Capítulo 3, espera-se analisar especificamente o entrelaçamento das contingências envolvidas na intervenção entre família e escola, assim como avaliar se a intervenção poderá ser considerada como uma metacontingência, a partir do estudo das contingencias entrelaçadas entre pesquisadora, família e escola que atuarão de maneira recorrente e gerarão o produto agregado (no caso, a aprendizagem de comportamentos específicos da criança/jovem).