A EMOÇÃO ENQUANTO FUNÇÃO PEDAGÓGICA E SOCIAL: UMA DISCUSSÃO SOBRE AS EMOÇÕES NO ENSINO DE FÍSICA
Ao longo da jornada escolar, estudantes são introduzidos a diversas áreas do conhecimento por meio de disciplinas, que irão, de alguma forma, despertar prazer ou aversão. No caso da Física, são recorrentes as reações negativas dos estudantes do Ensino Médio, e a partir da inquietação com esse tema que essa pesquisa surgiu. A alternativa escolhida para desbravar esse cenário foi a investigação das emoções no Ensino de Física. Respaldados na teoria do neurologista António Damásio, partimos da concepção que as emoções são reações do corpo que visam a sobrevivência e que provoca uma série de efeitos.
Ao considerarmos como foco a sala de aula, a dimensão biológica da emoção se mostra necessária, mas não suficiente. Desta forma, exploramos também as perspectivas pedagógicas e sociais dos processos emocionais vivenciados pelos estudantes em um curso de física.
Assim, o objetivo central dessa pesquisas foi a verificação das emoções na sala de aula por meio da investigação do Clima Emocional, buscando encontrar possíveis correlações dessas emoção com a prática pedagógica adotada pelo professor em um curso de Relatividade ofertado em uma universidade pública do estado de São Paulo.. A partir da medição da emoção de cada estudante, reunimos medidas individuais e indicamos o Clima Emocional da classe. Analisamos como a turma se sente a cada 5 minutos, e realizamos análises de correlação entre a emoção relatada pelo aluno e a abordagem utilizada pelo professor.
Os resultados obtidos indicam a possibilidade de mensurar as emoções, especialmente no contexto da sala de aula, assim como identificar como determinadas abordagens pedagógicas impactam o clima emocional. De modo geral, esse trabalho que realizamos reitera a relevância do aspecto emocional na Educação e reforça a materialidade das emoções.