O MÉTODO DE MELHORIA DE RESULTADOS NA REDE ESTADUAL DE SÃO PAULO
A presente pesquisa refere-se ao Método de Melhorias de Resultados inserido na rede estadual de São Paulo a partir de 2016 visando fundamentalmente impulsionar o trabalho através de projetos pedagógicos que possam envolver os estudantes e serem acompanhados ao longo de um ano letivo por toda a equipe, podendo ser reavaliados e reconduzidos se comprovada a sua ineficácia. O objetivo principal é elevar os indicadores das escolas estaduais de São Paulo nas avaliações externas e melhorar o desempenho, sobretudo, em língua portuguesa e matemática. Essa experiência não é propriamente uma novidade, pois ela foi implementada por uma empresa que desenvolveu o método e o aplicou em outros estados e municípios brasileiros. Em São Paulo, essa iniciativa se insere na lógica gerencialista da rede estadual que avança ao longo de sucessivos governos peessedebistas e tem um repertório de ações para elevar o desempenho dos profissionais e estudantes com base nos indicadores. Essa maneira de conduzir a política pública educacional é marca da contemporaneidade e encontra em São Paulo uma vitrine bastante importante para ser difundida pelo país fora. Uma política como essa, centrada em indicadores traz consigo uma série de problemas que são causados pela precariedade subjetiva do trabalho, uma sensação de insuficiência e de extremo cansaço entre os profissionais da rede que sentem na pele o fardo pesado da responsabilização e tudo o que resulta de uma desvalorização crescente da sua carreira e que agravada por novas demandas torna o cotidiano profissional cada vez mais desalentador. As questões objetivas e subjetivas acerca do MMR precisam de uma atenção pois elas dão os indícios para compreender como funciona a maior rede de educação da América Latina e de que maneira os docentes e os gestores paulistas enxergam o seu papel na atual conjuntura.