APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE SOFT SKILLS E OS DESAFIOS DOCENTES: UM ESTUDO EM CURSOS DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO NO BRASIL
O Aprendizado Baseado em Problemas tem sido adotado no ensino de engenharia por conta do seu potencial em fomentar o conhecimento profissional e a empregabilidade dos alunos. Este método de ensino tem o potencial de desenvolver habilidades como criatividade, comunicação, trabalho em equipe e resolução de problemas, conhecidas como soft skills. As transformações no mercado de trabalho devido à eclosão de tecnologias digitais como Inteligência Artificial, Big Data e Robótica, dentre outras aumentaram a demanda por profissionais com as chamadas soft skills. A transformação digital de empresas altera sua cadeia de valor, criando modelos de negócio e novas funções de trabalho que exigem dos indivíduos a capacidade de aprendizado contínuo. Nesse contexto de transformação digital, o método de ensino denominado Problem Based Learning (PBL) é visto como uma alternativa que capacita os estudantes de engenharia às necessidades do mercado de trabalho na era digital. Porém, as pluralidades de formatos de aplicação deste método bem como seus desafios de implementação ainda não estão documentadas de forma definitiva na literatura acadêmica. Nesse contexto, a presente pesquisa buscou descrever como ocorre a implementação do PBL em cursos de engenharia de produção, identificando se os objetivos pedagógicos dos professores adotantes buscam o desenvolvimento de Soft Skills pelo discentes. Além disso, esta pesquisa buscou identificar se diferentes perfis de docentes adotam o PBL de maneiras distintas. Para atender a estes objetivos, uma pesquisa do tipo descritiva de caráter quantitativo foi conduzida e aplicada em Universidades Brasileiras junto a professores de cursos de graduação em Engenharia de Produção. Os resultados mostraram que o método do Aprendizado Baseado em Problemas é implementado majoritariamente de forma individual pelos docentes, com desafios de implementação relacionados à carência de apoio institucional e recursos de facilitação. Além disso, foi possível concluir que apesar deste cenário, há interesse por parte dos docentes em desenvolver Soft Skills em seus estudantes. Em relação ao perfil docente, os dados mostraram que o tipo de universidade (particularmente, a Universidade privada) e a experiência prévia com o PBL fazem com que o docente adote o PBL de forma mais adequada, isto é, seguindo os preceitos preconizados pela literatura, desenvolvendo mais parcerias com outros docentes e com empresas.