Revisão sobre os Refinamentos da Complementaridade de Bohr na Presença de Controle Quântico
Apresetamos uma revisão dos refinamentos do príncipio da Complementaridade de Bohr. O objetivo é mostrar como os experimentos de escolha atrasada permitem um refinamento de tal princípio. Os experimentos de escolha atrasada para medição de fenômenos ondulatórios e corpuscular, inicialmente propostos por Wheeler, lançaram luz sobre o papel da escolha do observador sobre o tipo de fenômeno a ser medido. A escolha atrasada consiste em escolher a configuração experimental após o objeto quântico ter adentrado o experimento. O Interferômetro de Mach-Zenhder (IMZ) foi empregado em muitos trabalhos para demonstrar essa ideia, usando duas configurações, a saber: IMZ fechado, o fóton se comporta como onda, enquanto que no IMZ aberto, o fóton se comporta como partícula. No primeiro caso, ocorre interferência, o que caracteriza um fenômeno ondulatório. No segundo, não há interferência, mas há a associação de uma trajetória específica seguida pelo fóton (informação de caminho). Mais recentemente, experimentos de escolha atrasada com controle quântico (do ingles quantum delayed choice), onde um qubit auxiliar permitem configurar um IMZ num estado de superposição entre as configurações fechado ou aberto, ao colocar a operação que faz o papel de segundo divisor de feixes em uma superposição de "presente" e "ausente", respectivamente. Dessa forma, um único aparato experimental permitiria medir tanto um fenômeno ondulatório quanto um fenômeno corpuscular. Isso representaria uma aparente violação à complementaridade de arranjos experimentais proposta por Bohr. Diversos experimentos realizados na última decada, propuseram, a necessidae de reenterpretação ou extenssão do princípio da complementariedade de Bohr na presença de controle quântico. Um experimento, realizado no Brasil, utilizando uma medida objetiva (basead em teoria de informação) de realismo reconciliou a escolha atrasa com controle quântico e as ideias originais de Bohr.