NATUREZA DAS CIÊNCIAS EM PROSA BRASILEIRA DA PRIMEIRA REPÚBLICA: PERCEPÇÕES SOBRE O USO DA LITERATURA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS
Visando a construção de um ensino de ciências naturais mais humano, que considere a formação do estudante enquanto cidadão que percebe as ciências como integrante da cultura geral (Zanetic, 1989), o presente trabalho, intitulado “Natureza das ciências em prosa brasileira da primeira república: percepções sobre o uso da literatura no ensino de ciências naturais”, tem como intuito vislumbrar possíveis ligações entre o ensino e textos literários brasileiros da primeira república. Sendo este um relatório para o exame de qualificação, serão apresentados os desenvolvimentos realizados até o momento. Assim, considerando a literatura como meio para discutir as interações entre as ciências e a sociedade, foram selecionados os textos Ideias de Canário, de Machado de Assis, e Numa e a Ninfa, de Lima Barreto, sendo, em um primeiro momento, analisados a partir das concepções de Piassi (2015) e Antonio Candido, visando o contato dos estudantes com o texto no ensino de ciências. Em um segundo momento, os mesmos textos serão discutidos por docentes de ciências naturais da educação básica em um curso de extensão. Tal discussão será analisada a partir dos referenciais de Snyders (1993) e Kitzberger (2020) a fim de levantar outras possibilidades de relacionamento entre a literatura e as ciências. Com isso, espera-se suscitar reflexões sobre as potencialidades da literatura como forma de aproximação da natureza das ciências, tendo como pergunta de pesquisa: Quais percepções a prosa da literatura brasileira da primeira república suscita em professores de ciências acerca das possibilidades de um ensino sobre a natureza da criação do conhecimento científico e sobre a relação das ciências com a sociedade?