AVALIAÇÃO E ENSINO DE LINGUAGEM ORAL DE JOVENS COM AUTISMO E/OU DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO CONTEXTO FAMILIAR E ESCOLAR
Tendo em vista que a Educação no Brasil possui, historicamente, grandes desafios sendo um deles o desenvolvimento da Linguagem, ao abordar sobre a Educação Especial Inclusiva (EEI) para jovens com autismo e/ou deficiência intelectual (DI), essas questões são ainda mais preocupantes, uma vez que a comunicação é, comumente, uma das questões mais relevantes para o desenvolvimento de autonomia. Nesse contexto, a implementação de novas tecnologias, como a EVALOE-SSD (do Espanhol “Escala de Valoración de la Lengua Oral en contexto Escolar - Sistema de Soporte a la toma de Decisione”) surge como alternativa para minimizar essas problemáticas. Desta forma, este trabalho foi dividido em dois estudos: o primeiro objetivou analisar a literatura acadêmica disponível sobre intervenções naturalistas baseadas na rotina da família de jovens com autismo e/ou DI, além de quantificar o número de artigos disponíveis sobre o tema com base em palavras-chave associadas em bancos de dados referentes à área de psicologia e educação (PsycINFO; PePSIC; SciELO; e BDTD), utilizando palavras-chave relacionadas ao tema, cujos resultados revelaram uma notável carência de dados específicos sobre intervenções naturalistas direcionadas a essa parcela específica da população jovem. De um total de 2.596 estudos recuperados com o sistema de busca por palavras-chave, 27 atenderam os critérios de inclusão para análise. Dos 27, 25 estudos discutiam sobre algum aspecto relacionado à primeira infância e somente 2 tratavam da temática da juventude, o que mostra uma disparidade entre o número de publicações nessa área. Já o segundo estudo foi realizado em ambiente escolar utilizando a EVALOE-SSD e outras ferramentas, com professoras que atuam no Ensino Médio, visando identificar quais estratégias são utilizadas por elas para ensinar língua oral para jovens com DI e/ou autismo, no contexto da sala de aula inclusiva. Apesar dos desafios do ensino médio público, como a evasão escolar e a não compreensão da linguagem como sendo uma habilidade inerente à prática educativa, independentemente da disciplina, foi observada uma mudança positiva nas estratégias das docentes - que refletiu nas competências orais em linguagem dos alunos. Assim, espera-se que os dados coletados na escola possam gerar reflexões sobre estratégias úteis para a juventude e que possam ser adequadas para uso no ambiente doméstico.