Modificação de membrana de colágeno para aplicação em Epidermólise Bolhosa
Introdução: A pesquisa na área da engenharia de tecidos tem se concentrado no desenvolvimento e aprimoramento de biomateriais que replicam a matriz extracelular de uma região específica, contribuindo positivamente para o tratamento de lesões e reparo tecidual. Doenças dérmicas raras poderiam ser beneficiadas, uma vez que envolvem a degradação proteolítica da matriz extracelular, inflamação excessiva, infecções oportunistas e desordens no processo regenerativo. A biomembrana® de colágeno tipo I mostra potencial promissor para essa aplicação, podendo ser modificada para fornecer características complementares, dependendo do tecido alvo. Portanto, é justificada a necessidade de explorar mais a fundo suas propriedades, especialmente em contextos clínicos desafiadores. Objetivo: Caracterizar a biomembrana® com e sem fibras de gelatina, tanto do ponto de vista físico-químico quanto biológico. Metodologia: A caracterização físico-química do material foi realizada por microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia no infravermelho por transformada de fourier, análises térmicas e teste de intumescimento. Os ensaios in vitro transcorreram em testes por citotoxicidade direta, análise da morfologia, histologia e citoquímica usando células Vero. Resultados e Discussão: A biomembrana® é constituída de colágeno nativo, como evidenciado pela presença de microfibrilas tanto na superfície externa quanto interna, observadas após a fratura do material. Ela tem uma boa capacidade de intumescimento e se mantém estável em condições de cultura celular. Com a deposição de fibras de gelatina na membrana é possível observar as camadas dos diferentes polímeros pelo ensaio de citoquímica. Conclusão: Estas análises oferecem insights valiosos sobre o potencial dessa membrana na engenharia de tecidos e em aplicações biomédicas.