Ementa/Descrição: |
O fio condutor desse curso é a ideia de que de que a introdução das ações afirmativas no ensino superior foi um catalisador de mudanças sociais em diferentes esferas da vida nacional. Por conta do papel das universidades na formação das elites econômicas, políticas e culturais, a chegada de públicos até então minoritários criou condições para que reivindicações identitárias e demandas que extrapolaram os limites das universidades viessem à tona. Isso teve implicações variadas tanto no interior das universidades (ampliação dos públicos alvos das ações afirmativas, criação de coletivos estudantis, demandas pela descolonização dos currículos, debates sobre classificações raciais no interior das comissões de heteroidentificação, etc.), quanto fora das universidades (discussões sobre o acesso de egressos das ações afirmativas no mercado de trabalho, inserção de pautas raciais, feministas ou ligadas à sexualidade nas periferias, mudanças nas escolas públicas do ensino médio, etc). Com isso, entender esse processo é de fundamental importância não apenas para entender e avaliar as ações afirmativas nas universidades, mas também para pensar algumas transformações da sociedade brasileira. Para isso, o curso pretende abordar diferentes aspectos dessas políticas públicas: dos seus princípios filosóficos à comparação internacional de como elas foram implantadas em diferentes países, das especificidades dessas políticas no Brasil ao modo como o debate público sobre o tema se modificou ao longo de tempo entre nós, do debate sobre novos públicos vistos como sujeitos de direitos dessas ações às repercussões dessas políticas no mercado de trabalho e em outras esferas da sociedade brasileira, etc. |
Referências: |
[1] PAIVA, Angela. Ação afirmativa em questão: Brasil, Estados Unidos, África do Sul e França. Rio de Janeiro, Editora Pallas, 2013. [2] LEITER, William M. Affirmative action in antidiscrimination law and policy: an overview and synthesis. Albany, USA: New York University Press, c2011. |