Ementa/Descrição: |
Módulo I - As infâncias no Brasil periférico (132 horas)
Disciplina 1 - Fundamentos teóricos do desenvolvimento infantil em perspectiva comunitária e linguagens infantis 36 horas
Ementa:
Apresentar teorias que contribuam para a compreensão de abordagens do desenvolvimento infantil em perspectiva histórica, enfatizando a relação da criança com a sociedade e as condições materiais concretas como determinantes da formação das infâncias. Serão privilegiadas teorias contemporâneas, latino- americanas e produzidas a partir de pesquisas empíricas realizadas em territórios periféricos.
Bibliografia:
ARIÈS, Philippe. O Tempo da História. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989.
BOCK, A.M.B. A Psicologia Sócio-Histórica: uma perspectiva em Psicologia. São Paulo: Cortez, 2007.
ARROYO, Miguel Gonzáles. A pedagogia multirracial popular e o sistema escolar. In: GOMES, Nilma Lino (Org.). Um olhar além das fronteiras: educação e relações raciais. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. p. 111-130.
. Outros sujeitos, outras pedagogias. Petrópolis: Vozes, 2012.
BENJAMIN, Walter. A criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Summus, 1987.
BORDA, Fals. Una sociología sentipensante para América Latina. México, D. F. : Siglo XXI Editores; Buenos Aires: CLACSO, 2015.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, (26), janeiro-junho de 2006: p. 329-376.
CANDAU, V. Mª F. (org.). Sociedade, Educação e Cultura(s). Questões e propostas. Petrópolis: Vozes, 2011
DOURADO, Maira Prietro. Na América decolonial: crianças ou infâncias? Uma interrogação sobre a teorização da fase inicial da vida, Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v. 50, n. 3, nov. 2019/fev. 2020, p. 249266.
DOMINGUES, Adriana Rodrigues et al. As principais violações de direitos de crianças e adolescentes em Heliópolis: São Paulo/Brasil. Desidades [online]. 2018, n.19, pp. 36-47. ISSN 2318-9282.
FIGUEREDO, Luis Claudio. M. Matrizes do pensamento psicológico. 10ª ed., Petrópolis: Vozes, 2003.
GOUVÊA, Maria Cristina Soares. O mundo da criança: a construção do infantil na literatura brasileira. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2004
GOMES, Nilma Lino; SILVA, Petronilha B. Gonçalves (Org.). Experiências étnico-culturais para a formação de professores. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. p. 27-38.
; LEVCOVITZ, Diana. Tal infâncias. Qual criança? In: Afirmando diferenças: montando o quebra-cabeça da diversidade na escola. Campinas, São Paulo: Papirus, 2010, p. 73-86.
MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte da Modernidade. In: LANDER, Edgardo. (Org.) A colonialidade do Saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, 2005.
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008.
PEREIRA, Mary S. C. A descoberta da criança: introdução à educação infantil. Rio de Janeiro: Wak, 2002
ROJAS Jucimara. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras: O lúdico e o Processo de Desenvolvimento Infantil: fascículo 1 Cuiabá, MT. ED. UFMT, 2007
SEQUEIRA, V. C. Família: uma crítica ao discurso técnico sobre a família desestruturada. In: FARINA, A.A.S. et al. Introdução à psicologia do cotidiano. São Paulo: Expressão e Arte Editora, 2007.
VIGOTSKI, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. M.Cole e outros (Orgs.). 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
VIGOTSKI, Lev S. Imaginação e criação na infâncias. São Paulo. Editora Ática. 2009
Disciplina 2 - História social das infâncias e o direito à infâncias: a criança como serintegral 36 horas
Ementa:
Esta disciplina pretende apresentar e discutir as principais orientações da história das representações da infâncias na América Latina e em especial no Brasil. O curso visa sugerir novas perspectivas historiográficas e críticas para o estudo das infâncias, no plural, partindo do exame de textos de várias áreas do saber, assim como dos contextos sociais, culturais, históricos e ideológicos nos quais as práticas e saberes sobre as infâncias foram construídas.
Bibliografia:
ANDRADE, Mario. Piá não sofre? Sofre in ANDRADE, Mário de. Os contos de Belazarte. São Paulo: Martins Editora, 1947.
ARIÈS, P. História Social da Infâncias e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1981
AGAMBEN, G. Infâncias e história: Destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: UFMG, 2005. Tradução de Henrique Burigo.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança dos velhos. 3.ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994
COHN, Clarice. Antropologia da Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
CARVALHO, Eronilda Maria Góis. Educação infantil: percurso, dilemas e perspectivas. Ilhéus: Editus, 2003.
DEL PRIORE, Mary. (Org.) História das crianças no Brasil. 3ª ed., São Paulo: Contexto, 2002. Apresentação, p. 7-18.
. O cotidiano da criança livre no Brasil entre Colônia e o Império. In
. História das crianças no Brasil. 3ª ed., São Paulo: Contexto, 2002. Cap. 3, p. 84- 106.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro, Edições Graal 1988
. Aula de 5 de março de 1975. Os anormais. Curso no Collège de France. (1974-1975) São Paulo: Martins Fontes, 2001.
FREITAS, Marcos (org.). História social da infâncias no Brasil. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2016.
FAVERO Arend, Sílvia Maria. Os filhos do Estado. In: Histórias de Abandono. Infâncias e Justiça no Brasil. (Década de 1930). 2011.
GREIVE Veiga, Cynthia. Cultura escrita e educação: representações da criança e imaginário da infânciasBrasil, século XIX. In: Lopes, A. (Org.) Para a compreensão histórica da infâncias. Belo Horizonte: Autêntica, 2007
LAVRIN, Asunción. La niñez en México e Hispanoamérica: rutas de exploración. In: La familia en el mundo iberoamericano. Pilar Gonzalbo Aizpuru y Cecilia Rabell (comps.) México: Instituto de Investigaciones Sociales UNAM, 1994.
LONDONO, Fernando Torres. A origem do conceito menor. In: Del Priore, M. (org.) Historia das crianças no Brasil. São Paulo: Ed. Contexto, 1999. P. 129-145.
MARTI, J La Edad de Oro (1989) Lyons, Martyn. Os novos leitores no século XIX: mulheres, crianças, operários. In: Chartier, R. & Cavallo, G. (org). História da Leitura no mundo Ocidental. São Paulo: Ática, 1999
SANTOS, M. W. Crianças no tempo presente: a Sociologia da Infâncias no Brasil. Pro- Posições, Campinas, SP, v. 23, n. 2, p. 235240, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8642899. Acesso em: 12 dez. 2021.
Disciplina 3 - A formação humana em Paulo Freire: sobre a condição antropológica
- 36 horas
Ementa
Construir uma educação problematizadora e libertadora implica em compreender os caminhos concretos da formação de pessoas. Em uma perspectiva freireana, uma das principais bases teóricas do projeto Bairro educador, estudaremos nesta disciplina as concepções antropológicas que precedem e sustentam as pedagogias engajadas e que dão contorno às posturas epistemológicas dos pensamentos pedagógicos da educação humanizadora.
Bibliografia
FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
. A importância do ato de ler. 51 ed.São Paulo: Cortez, 2011.
. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
. Considerações em torno do ato de estudar. In. FREIRE, P., Ação cultural para a liberdade e outros escritos, 1981, p. 8-11
. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (coleção Leitura).
. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
. Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'gua, 1997
STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Orgs.). Dicionário Paulo Freire. 2. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. 439
Disciplina 4 - Projeto integrador: Quebrar paredes, quebrar mentalidades - 24 horas
Ementa:
Uma das condições para praticar uma educação libertadora é desaprender. O objetivo deste projeto integrador é fazer uma avaliação crítica de teorias e práticas que jogam contra a educação e que não permitem que as potencialidades humanas sejam
desenvolvidas. Baseado em experiências significativas desenvolvidas no território de Heliópolis e no interior de ações articuladas no território o grupo avaliará teorias e práticas e elaborará intervenções na comunidade que propicie a quebra das mentalidades.
Bibliografia
DIMENSTEIN, Gilberto. Segurança dos ricos está em Heliópolis. Folha de São Paulo. Caderno Cotidiano. São Paulo, 06. set. 2009.
FEREZINI, André. Heliópolis, bairro educador. Documentário, 42 min.
São Paulo: Fundação Padre Anchieta; Maria Bonita Filmes; Prefeitura de São Paulo, 2008. FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Record, 2011.
GADOTTI, Moacir. História das ideias pedagógicas. São Paulo: Ática, 1999.
GARCIA, Regina Leite. Currículo emancipatório e multiculturalismo: reflexões de viagem. In: SILVA, Tomaz Tadeu da; MOREIRA, Antônio Flávio (Org.). Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 114-143.
MANACORDA, Mario. A História da educação: da antiguidade aos nossos dias. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2010,
MESQUITA, Delma Lucia. O exercício da cidadania desde a infâncias como inédito viável. Tese de doutorado (Doutorado em educação), Universidade de São Paulo: USP, 2018.
SILVA, Luisa Caetano Escobar. Por dentro da escola "sem paredes": relações educativas na favela de Heliópolis (SP). 2019. 205 p. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019.
RIZZINI, Irene. A institucionalização de crianças no Brasil. Rio de Janeiro: Puc-Rio, 2004.
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