Ementa/Descrição: |
Dialogar com a sociedade é a medida da relevância do conhecimento cientifico. Especificamente no âmbito das ciências sociais, o trabalho de campo coloca questões complexas para os pesquisadores. Como colocar a produção do conhecimento acadêmico em diálogo com outros saberes, produzidos nas práticas cotidianas? Como superar o isolamento do saber-poder legitimado como saber especialista? Como superar desconfianças e distâncias entre pesquisadores e interlocutores em campo que, por vezes, se colocam como entraves intransponíveis? Como tornar o trabalho de campo ocasião para a construção de pontes? Como valorizar identidades híbridas de pesquisadores/atores, sem prejudicar o exercício da crítica? O curso pretende resgatar mapas cognitivos e operativos, ferramentas voltadas a estabelecer uma relação forte entre teoria e prática, a produzir conhecimentos com ou por (e não sobre) atores sociais, tensionando a função autor. Tradições de pesquisa diversas que, em América Latina, Itália, França, tiveram, em anos passados, uma relevância considerável, deixando uma herança a ser atualizada, em diálogo com abordagens epistemológicas e metodológicas contemporâneas (a pesquisa-ação de Fals Borda, a conricerca do operaismo italiano, a intervenção sociológica do CADIS, a autoetnografia, o feminismo). |
Referências: |
AA. VV. Antropologia e seus espelhos: a etnografia vista pelos observados. 1994. |
Abu-Lughod, Lila. A Escrita contra a Cultura, Equatorial, Natal, v. 5, n. 8, jan/jun 2018. |
Aristizábal Zoraida Arcila, La formación del investigador social en la Universidad Nacional de Colombia (1959-1968). Revista Colombiana de Sociologia. Vol. 42, n. 2, 2019. |
Brandão Carlos R. (Org.) (1981). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense. |
_________ (Org.) (1999). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense. |
Calva, Silvia (org.) Autoetnografia: uma metodologia qualitativa. México, 2019. |
Clifford, James. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002, p. 17-62. |
Cousin, Olivier et Rui, Sandrine: La méthode de l'intervention sociologique: Évolutions et spécificités. Revue française de science politique, 2011/3 Vol. 61. |
Dubet, François et Wieviorka, Michel: Lintervention sociologique. LSP/RIAC : un demi-siècle de débats sociaux et politiques. Numéro 75, 2016. |
Ellis, Carolyn,Tony Adams, Arthur Bochner. Autoetnografía: un panorama. Astrolabio, n. 14, 2015. |
Evans Pritchard, Bruxaria, Oraculos e Magia entre os Azandres, Anexo IV. Zahar, 2005. |
Favret-Saada, Jeane. Ser afetado. Cadernos de campo, n. 13, 2005, p. 155-161. |
Filippini, Michele, Tomasello, Federico: Il pensiero come arnese. Note sul metodo operaista degli anni sessanta
Foote Whyte, William, Sociedade de Esquina, Posfácio. Zahar, 2005. |
Geertz, Clifford (1989a). El antropologo como autor. Barcelona, España: Paidos. |
Haraway, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu (5) 1995: pp. 07-41. |
Hill Collins, Patricia. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, vol 31, n 1, 2016, p. 99-127. |
Marcus, George. O intercâmbio entre arte e antropologia: como a pesquisa de campo em artes cênicas pode informar a reinvenção da pesquisa de campo em antropologia. Rev. Antropol. [online]. 2004, vol.47, n.1, pp.133-158. |
Thiollent, Michel, Crítica metodológica, Investigação social e enquete operaria. Ed. Polis, 1987. |
Tripp, David, Pesquisa-ação: uma introdução metodológica, Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. |
Wacquant, Loic: Corpo e Alma. Cap. I. |
______ A crítica como solvente da doxa. In: As duas faces do gueto. |
WEIZMAN, Eyal. Forensic Architecture: Hacia una estetica investigativa. Cidade do México: RM, 2018.
|