Condições para uma revolução pós-Keynesiana: Uma análise institucionalista sobre macroeconomia e desenvolvimento econômico
O cenário da crise da COVID-19 virou o mundo de cabeça para baixo. É comum que em uma crise os governos rasguem os manuais de macroeconomia antes que os economistas tenham tempo de protestar. A necessidade de garantir a subsistência e garantir a produção de equipamentos médicos e insumos levou inúmeros governos a estatizar os fluxos de renda e assumir a reconversão industrial (CADENA; FERRARI-HAINES, 2020; UNCTAD, 2020). Dado a amplitude da queda da atividade econômica e a completa incerteza sobre o futuro, os governos estão sendo convidados a anunciar política fiscal e planejamento produtivo para ancorar as expectativas dos agentes financeiros e empresários sobre o futuro. As políticas econômicas da escola pós-Keynesiana ganharam forte impulso, inclusive com o ímpeto reformista da escola cartalista da economia com o debate da teoria monetária moderna, a Modern Monetary Theory (MMT) (RESENDE, 2020; WRAY, 2003). Ou seja, uma vez que a realidade se impôs, talvez estejamos na véspera de uma “revolução pósKeynesiana”.