A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA PARA ENSINAR FÍSICA DE PARTÍCULAS: PROPOSTAS PARA SALA DE AULA DO ENSINO MÉDIO
Diversos trabalhos apontando uma defasagem dos conteúdos de Física em relação ao desenvolvimento da ciência atualmente nos apresentam a necessidade de repensarmos o currículo escolar do Ensino Médio. A Física abordada nas escolas, pautada por avaliações externas - em especial o ENEM - e os grandes vestibulares têm seus tópicos centrados na Física Clássica, isto é, apenas a física desenvolvida até o final do século XIX. Assim sendo, no presente trabalho defendemos a inserção de tópicos de física moderna e contemporânea (FMC) no Ensino Médio regular, acreditamos que a inserção de Física de Partículas (FP) seja um potencializador ao ensino e a aprendizagem da Física conectando-os às necessidades e desafios da sociedade moderna, despertando assim o interesse e motivação dos educandos, visto que estamos lidando com uma ciência de fronteira e com uma produção. Cientes do desafio que é definir o que seja divulgação científica (DC) buscamos apresentar um conceito de DC que seja livre de imprecisões e ambiguidades, que nos aproxime de um entendimento que satisfaça a complexidade que faz parte do trabalho de divulgar ciência. Portanto, este trabalho fundamentou-se na teoria de aprendizagem por descobrimento de Jerome Bruner apoiado pela definição da divulgação científica enquanto fronteira que une os diferentes campos sociológicos interessados na produção científica e os seus saberes para um público não especializado. Nessa perspectiva, desenvolvemos, aplicamos e avaliamos um conjunto de atividades de leitura de textos de divulgação científica a um grupo de alunos da terceira série no ensino médio e a análise do conteúdo produzido pelos estudantes pesquisados nos permitiu inferir que os alunos se engajaram em buscar apreender conhecimentos de Física de Partículas em textos de divulgação científica e que as atividades de leitura podem representar uma alternativa viável para a abordar tais conteúdos.