ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E INOVAÇÃO SOCIAL PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA: Pesquisa-Ação durante a pandemia de COVID-19
Este trabalho surgiu a partir da investigação sobre a temática da acessibilidade para pessoas com deficiência (PCD), considerando a necessidade de se estudar a história das tecnologias direcionadas a essas demandas, que eclodiram com força e visibilidade maiores, a partir da segunda metade do século XX. O nosso estudo observou que foi por causa do movimento histórico de militância dos movimentos sociais brasileiros, sobretudo composto por famílias que geraram a narrativa para uma Sociedade Inclusiva, que houve grande inovação social quanto à criação de diversas tecnologias assistivas para as PCD. Isso ocorreu com o intuito de atender às necessidades de inclusão no espaço público, sobretudo no âmbito da educação, do trabalho, da saúde, do consumo e do lazer. Para o desenvolvimento de novas soluções que atendam às necessidades coletivas, surge a inovação social que, embora discutida há décadas, tem tomado notoriedade e robustez nos últimos anos nos mais diversos agentes da sociedade, especialmente a partir do século XXI. O objetivo deste trabalho se ocupa em apresentar o desenvolvimento de projetos de inovação social, pela Pesquisa-Ação realizada na Digital Plural, plataforma de inovação no combate a pandemia de COVID-19 aprovada pelo Comitê Contra o Coronavírus da UFABC, tendo a PCD como objeto e protagonista das ações. O Projeto Máscaras Amigas se ocupou de produzir máscaras acessíveis para surdos, com uma tecnologia assistiva produzida por uma rede de economia solidária em parceria público privada, entre Academia e Indústria, durante a pandemia. Ademais, o Projeto Acessibilidade e Tecnologias se ocupou da divulgação científica, por um curso on-line e aberto, trazendo à luz realidades vivenciadas pelas PCD nos mais diversos ambientes, caracterizado, principalmente, pelo espaço de fala cedido as essas pessoas ou profissionais diretamente ligados a elas. Ao final do ano de 2020, foram produzidas mais de 16 mil máscaras acessíveis, pelo Projeto Máscaras Amigas, resultando em inclusão comunicacional (dos surdos) e econômica (dos artesãos). O Projeto Acessibilidade e Tecnologias teve, diretamente, mais de 90 pessoas inscritas, 14 encontros realizados em tempo real, alcançando cerca de mil pessoas e, após publicados, majorou a marca de 2 mil visualizações nas redes sociais, além da produção e divulgação de realidades invisibilizadas na área da educação, do trabalho, do lazer, da política e as potencializações causadas pelas características raciais, de gênero, sociais e econômicas do indivíduo.