AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA MORINGA OLEIFERA COMO COAGULANTE NATURAL DE MATÉRIA ORGÂNICA EM ÁGUA
A água para consumo humano deve apresentar características microbiológicas, físicas e químicas que atendam aos padrões de potabilidade, ou seja, livre de microrganismos patogênicos e de contaminantes, como a quantidade de matéria orgânica. Para isso, são necessárias várias etapas de tratamento, entre elas: coagulação, floculação, sedimentação, filtração e desinfecção. O sulfato de alumínio é um eficiente coagulante químico utilizado em larga escala para a remoção de matéria orgânica em tratamento de água; contudo ele apresenta algum nível de risco à saúde e ao meio ambiente, uma vez que vários estudos mostraram a associação deste metal com a doença de Alzheimer. Nesse sentido, essa dissertação visa avaliar o efeito de diferentes quantidades de Moringa oleifera (1 e 5 g) na remoção de carbono (C) em água contendo 3 e 10 g L-1 dessa matéria orgânica. Uma água (água bruta) com as diferentes quantidades de C foi utiliza neste estudo dissolvendo turfa previamente seca em água destilada. As propriedades acompanhadas foram cor aparente, turbidez, pH, teores de carbono orgânico dissolvido e carbono no sedimento. Um estudo estatístico e uma Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida (AICV) foram realizados para entender, de forma mais profunda, os processos de tratamentos com Moringa oleifera e sulfato de alumínio. A Moringa oleifera conseguiu 85 ± 2 % de remoção da cor (296 UH para 46 UH) e 96,2 ± 0,2 % de remoção da turbidez (170 UT para 6 UT) na dosagem de 400 mg L-1, sem alterar o pH e o carbono orgânico dissolvido, contra 72 ± 3 % de remoção da cor (296 UH para 80 UH) e 86,1 ± 0,8 % de remoção da turbidez (183 UT para 26 UT), sem alteração do carbono orgânico dissolvido, mas com redução do pH da ordem de 36 % para o sulfato de alumínio. A Moringa oleifera também conseguiu reduzir em até 2,4 log (UFC mL-1) (99,6 %) a concentração da bactéria Escherichia coli após 72 horas de repouso, com uma dosagem de 80 mg L-1. Quanto às categorias de impacto ambiental, a Moringa oleifera também obteve vantagens sobre o sulfato de alumínio em ecotoxicidade terrestre (ET), toxicidade não-carcinogênica (humana) (TNCH) e aquecimento global (AG), este último com o valor de -74 % para a alternativa GC4 (sequeiro), comparado aos 8 % do impacto da alternativa sulfato de alumínio; o valor negativo representa o sequestro de carbono até esta fase do ciclo de vida. Assim, foi possível concluir pela viabilidade do uso da Moringa oleifera como alternativa natural ao coagulante químico sulfato de alumínio.