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Banca de QUALIFICAÇÃO: THÉO HENRIQUE DE LIMA VASCONCELLOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : THÉO HENRIQUE DE LIMA VASCONCELLOS
DATA : 11/08/2023
HORA: 13:00
LOCAL: Sala 211 do Bloco Zeta do Campus de São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC
TÍTULO:

O ETANOL AGRAVA A NEUROINFLAMAÇÃO DESENCADEADA PELO ESTRESSE OXIDATIVO: O PAPEL DOS ESTOQUES DE CÁLCIO INTRACELULARES NA DEGENERAÇÃO DA RETINA


PÁGINAS: 82
RESUMO:

A retina é um neuroepitélio fotossensível na região interna do olho e é considerada um componente integral do sistema nervoso central (SNC). Um desbalanço fisiológico ou alterações no número dos fotorreceptores funcionais podem levar a importantes déficits visuais. Uma doença com essas características é a retinose pigmentar (RP). Entre as causas da RP autossômica recessiva (arRP) estão as mutações no gene PDE6B, que culminam na morte inicial das células dos fotorreceptores do tipo bastonete e na subsequente degradação dos cones. Entretanto, os processos subjacentes à morte primária dos bastonetes não são totalmente conhecidos ou explorados, embora estudos apontem para mecanismos envolvidos na resposta inflamatória, estresse oxidativo e metabólico, fatores epigenéticos e desregulação do cálcio. Entre esses últimos, o receptor de inositol-1,4,5-trifosfato tipo 1 (IP3R1), responsável pela homeostase do cálcio intracelular, poderia participar da progressão dessa patologia. IP3R1 está associado a diversos eventos celulares, como morte e a proliferação celular. Em modelos animais de RP autossômica recessiva, foram descritas diversas alterações relacionadas à desregulação do cálcio, como sobrecarga mitocondrial e do retículo endoplasmático, afetando o metabolismo dos fotorreceptores. Nesse cenário, este projeto tem como objetivo descrever um modelo in vitro de estresse oxidativo de double-hit, descrever o padrão de distribuição subcelular do IP3R1 na retina, comparando os animais wild-type (C57BL/6) com um modelo animal de arRP (C3H/HeJ), e analisar os efeitos do bloqueio farmacológico do IP3R1 em modelos neurodegenerativos in vitro e in vivo com um inibidor do IP3R1, o 2-aminoetil difenilborinato (2-APB), com foco na análise das células gliais e aspectos inflamatórios. Aqui, descrevemos nosso modelo in vitro de double-hit, que consiste na adição de H2O2 por 24 horas e, antes do segundo golpe, o pré-tratamento por 30 minutos de veículo ou 2-APB e, finalmente, a adição de etanol (EtOH) como estímulo secondário. O objetivo desse projeto experimental é entender o papel do IP3R1 nas neurodegenerações, ligadas ao estresse oxidativo; além disso, as células utilizadas in vitro não têm mutações no TLR4. Nossa análise mostrou que nosso modelo double-hit levou a uma forte reação neuroinflamatória nas células da microglia, amenizado pelo tratamento com 2-APB, com alterações morfológicas e prevalência de fenótipo anti-inflamatório nessas condições. Os astrócitos permanecem alterados mesmo com o tratamento com 2-APB. O número de neurônios aumentou, e esses encontram-se mais ramificados - indicando um possível efeito de neuroproteção da intervenção farmacológica do IP3R1 pelo 2-APB in vitro. Nossos resultados descritivos da distribuição subcelular da IP3R1 em camundongos wilt-type e arRP mostraram uma translocação dessa proteína para o local da lesão na degeneração de progressão intermediária a tardia, indicando um possível papel da IP3R1 na progressão dessa doença, além de ser um alvo de potencial terapêutico para a arRP. A intervenção farmacológica em camundongos com arRP foi realizada com 2-APB por injeção subretiniana. Nossos resultados não mostraram alterações na morfometria da retina, nem na espessura das camadas e no ensaio TUNEL, indicando que o 2-APB não resgatou as células fotorreceptoras. As células macrogliais não foram alteradas, mas a microglia apresentou redução de seu tamanho, e em maior número na retina externa em comparação com o veículo. Por meio da análise de citocinas Milliplex, é possível observar uma redução das citocinas IL-17, TNF-α, IL-10 e IL-13, com uma desorganização da resposta inflamatória. Com esses resultados, avaliamos o papel da proteína IP3R1 na progressão da arRP e seu papel nos processos neuroinflamatórios, o que pode abrir perspectivas para terapias focadas na desregulação do cálcio nessa patologia.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 1887027 - FERNANDO AUGUSTO DE OLIVEIRA RIBEIRO
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 1544365 - GISELLE CERCHIARO
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 1674592 - TIAGO RODRIGUES
Membro Suplente - Examinador(a) Interno ao Programa - 3066269 - VINICIUS DE ANDRADE OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 24/07/2023 10:56
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