ESTABILIDADE GENÉTICA DO VÍRUS DA RAIVA:
COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES SISTEMAS DE INOCULAÇÃO.
A raiva é uma importante zoonose que causa uma encefalite aguda e fatal em todos os mamíferos. O Lyssavirus rabies (RABV) é um vírus de RNA com polaridade negativa de aproximadamente 12kb que codifica cinco proteínas: nucleoproteína (N), fosfoproteína (P), proteína da matriz (M ou M2), glicoproteína (G) e RNA polimerase (L). É uma das doenças infecciosas mais antigas da humanidade e possui uma vasta gama de estudos. Apesar disso, existem paradigmas no entendimento da estabilidade do RABV, pois há evidências tanto para sua variabilidade quanto estabilidade, e ainda assim sabe-se pouco sobre a evolução deste vírus. O presente estudo teve como objetivo identificar a estabilidade genética do RABV. Inicialmente, camundongos suíços albinos com 21 dias de idade foram submetidos a 10 passagens sucessivas com a amostra padrão de RABV Challenge Virus Standard (CVS). O sistema nervoso centrai (SNC) de cada camundongo inoculado em cada passagem foi coletado e submetido à caracterização genética. Para tal fim, á princípio foi realizada a extração de RNA (método Trizol® Invitrogen, Carlsbad, CA, EUA), transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) com primers para os genes P e G. Os amplicons foram submetidos ao sequenciamento e, por fim, à análise filogenética utilizando as sequências obtidas no Bio Edit Sequence Alignment Editor. Até o presente momento, nos genes P e G, foram identificadas 3 mutações ao longo das 10 passagens. Todas as mutações observadas foram não sinônimas (modificando o aminoácido) e não se mantiveram ao longo das passagens. Os genes analisados (G e P) são os genes com maior variabilidade, portanto é esperado que ocorra mutações mesmo em poucas passagens. Compreender mais sobre as variações do vírus pode auxiliar na compreensão da evolução da raiva, portanto mais estudos é fundamental para esclarecer essas lacunas.