Monitoramento Ambiental de SARS-CoV-2 no ar e em superfícies nas proximidades de um Hospital de Campanha
Com a implementação do Hospital de Campanha para atendimento de indivíduos com SARS-CoV-2 nas dependências da UFABC, o desenvolvimento de ferramentas para monitorar a contaminação das proximidades do Hospital pelo coronavirus, torna-se importante para o planejamento de ações e prevenção de risco aos membros da comunidade universitária e pode server como modelo de monitoramento a outras doenças infecciosas transmitidas pelo ar. O monitoramento do ar foi realizado com uma bomba amostradora SKC AirChek TOUCH, operando com fluxo de ar de 4L/min, por um período de 30 minutos, conectadas a um coletor contendo um filtro de gelatina de 25mm de diâmetro. Durante o período de coleta, foram coletados outros parâmetros ambientais: velocidade do ar, temperatura, humidade, velocidade do ar, nível de CO2, temperatura efetiva e de acordo com o website AccuWeater. A avaliação da contaminação de superficies com SARS-CoV-2 foi realizada com utilização de insetos sentinelas coletados nas proximidades do hospital. Foram coletadas dez formigas e duas patas traseiras de uma barata encontradas nas proximidades do hospital. Após coleta, os filtros de gelatina e os insetos foram utilizados para extração de ácidos nucleicos e detecção de SARS-CoV-2 por transcrição reversa (RT) e reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) e de forma qualitativa (PCR). Para as reações de RTqPCR foi utilizado o kit da Allpex que identifica três marcadores do vírus (RNA polimerase, proteína do nucleocapsídeo e proteína do envelope). As reações de RTPCR foram realizadas com oligonucleotídeos que permitem a amplificação de um fragmento do gene que codifica a proteína da espícula e o gene que codifica a proteína do envelope. Os fragmentos genômicos obtidos foram sequenciados pelo método enzimático de Sanger. Uma formiga e uma pata de barata foram positivas para os genes que codificam a proteína do envelope e da espícula do SARS-CoV-2, respectivamente, e após sequenciamento, os resultados foram confirmados. Foi possível também verificar a presença de material genético humano nos filtros de gelatina e nos insetos, indicando a presença de gotículas de saliva no ar e nas superfícies dos insetos.