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Banca de DEFESA: YGOR AMARAL CAMOSSATO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : YGOR AMARAL CAMOSSATO
DATA : 04/07/2023
HORA: 10:00
LOCAL: on-line
TÍTULO:

Análise proteômica dos efeitos da restrição de sono no desenvolvimento de melanoma murino 


PÁGINAS: 100
RESUMO:

Os cânceres formam um conjunto de mais de 100 doenças, cuja principal característica é a proliferação desordenada e descontrolada de células que acumulam uma série de mutações em genes específicos. Dentre os cânceres existentes, o melanoma é um dos mais agressivos e acomete a pele e as células responsáveis pela pigmentação, os melanócitos. Dentre as principais características do melanoma a que chama mais a atenção é sua elevada capacidade de gerar metástases. O diagnóstico normalmente é realizado por meio clínico, porém por assemelharem-se, muitas vezes, com pequenos sinais de pele acabam não gerando um alerta no paciente, o qual procura auxílio médico quando o melanoma já se encontra em estágios mais avançados de desenvolvimento.
Muitos diagnósticos de câncer ocorrem junto com uma carga emocional muito grande para o paciente, o que pode gerar, em muitos casos, desregulação do ciclo do sono. Vários estudos relacionados aos ciclos do sono demonstraram que sua privação ou restrição afeta a imunidade do indivíduo, levando a redução na fagocitose, na produção de anticorpos e na apresentação de antígenos. Dessa forma, eventos relacionados a privação, restrição e débitos no ciclo do sono podem desencadear eventos relacionados à progressão tumoral e o desenvolvimento de metástases, uma vez que o sistema imunológico é o primeiro a ser acometido.
Além disso, distúrbios do sono são muito comuns na atualidade, decorrente de muitos fatores relacionados à qualidade de vida das pessoas e pela alta carga emocional que pode acometer pacientes com diagnósticos de cancer. Assim, é importante compreender e correlacionar o desenvolvimento e progressão de tumores nestes pacientes, para o desenvolvimento de novos métodos de detecção e acompanhamento da doença.
Técnicas proteômicas aplicadas à oncologia permitem o estudo em larga escala da expressão proteica e possibilitam a identificação e caracterização das alterações em níveis moleculares do microambiente tumoral, como também, detectam, relacionam e quantificam alterações proteicas em neoplasias malignas em pacientes com restrição de sono, representando assim um avanço significativo na compreensão de mecanismos moleculares envolvidos na evolução do melanoma, sendo fundamental para melhor entendimento da biologia tumoral.
Tomando como base a interação do sono com o sistema imunológico e a importância do sono em quadros inflamatórios, o objetivo do presente trabalho consistiu em avaliar os efeitos da restrição de sono sobre o desenvolvimento neoplásico no modelo de melanoma murino B16F10.
Dezesseis camundongos (C57Bl/6 machos), foram distribuídos em dois grupos: grupo controle (não-restritos de sono) e restritos de sono (RS). Todos os animais receberam 3x105 células no flanco direito por via subcutânea e apenas o grupo restrito foi submetido ao protocolo de restrição de sono. Foram utilizadas gaiolas com água e plataformas para que os animais pudessem se movimentar livremente. Entretanto, ao cairem na água foram impedidos de entrar em estágios de sono mais profundos. Os animais foram restritos de sono por 18 horas diárias por 21 dias consecutivos. Ao final do experimento os animais foram eutanasiados por decapitação e seus tumores removidos e mantidos em álcool 70%.
Os tumores foram dissecados em fragmentos menores e estes, submetidos ao processo de fixação e emblocamento em parafina. Cortes histológicos foram realizados para a confecção de lâminas e para extração de proteínas a serem analisadas por espectrometria de massas.
Os tecidos foram corados com hematoxilina e eosina e os tumores foram comparados com uma região sadia do flanco oposto do animal. Foi observado nos tumores a falta de estrutura do tecido, quando comparada a estruturas epiteliais sadias. Além disso observou-se, nos tumores, a presença de duas regiões distintas, sendo a mais periférica com a coloração do citoplasma mais azulada, núcleos mais regulares e claros e cromatina descondensada (Eucromatina). Essas regiões representam células tumorais ativas e em processo de divisão celular, indicando uma integridade tumoral.
A região mais interna da massa tumoral apresentou coloração do citoplasma avermelhada, núcleos muitas vezes irregulares e com cor escura e a cromatina condensada (Heterocromatina). Essas regiões representam tecidos tumorais em processo de morte celular, com menor ou nenhuma atividade de divisão celular, indicando a degeneração tumoral. As regiões de células em processo de morte celular ocorriam em maior quantidade nos animais restritos do que nos controles, indicando que os tumores estavam em estágios mais avançados nos animais restritos de sono.
Para a proteômica, cortes histológicos foram desparafinizados e submetidos à extração das proteínas utilizando o protocolo eFASP para uma maior recuperação das proteínas presente no tecido. As proteínas isoladas foram clivadas em peptídeos com tripsina, separados por cromatografia líquida de alta performance (HPLC) e analisados por espectrometria de massas utilizando o analisador de massas do tipo orbitrap.
A análise parcial das amostras indicou um conjunto de, aproximadamente, 2000 proteínas. Destas, algumas proteínas foram expressas somente no grupo de animais restritos de sono e não no controle. O inverso também ocorreu, com proteínas presentes apenas no controle, sugerindo que a restrição de sono pode interfere em vias metabólicas usuais das células. Para garantir a robustez dos dados, o processo de extração das proteínas e a análise por espectrometria de massas foi repetido com um número maior de amostras e em duplicatas.
O presente trabalho se encontra na fase de análise estatística da segunda rodada de experimentos de proteômica. A partir dela será possível identificar as proteínas diferencialmente expressas entre os dois grupos a fim de inferimos o papel da restrição de sono no desenvolvimento tumoral.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - Interno ao Programa - 287.258.508-73 - FABIO MITSUO LIMA - UNIFESP
Membro Titular - Examinador(a) Interno ao Programa - 2605490 - SERGIO DAISHI SASAKI
Membro Titular - Examinador(a) Externo à Instituição - LUDMILLA THOMÉ DOMINGOS CHINEN
Membro Suplente - Examinador(a) Externo à Instituição - LUCIANA DE ANDRADE LUZ COSTA - UNIAN-SP
Notícia cadastrada em: 20/06/2023 07:46
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