INVESTIGAÇÃO DE ARBOVÍRUS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA E IDENTIFICAÇÃO DO VÍRUS DE INSETO GUADELOUPE EM DÍPTEROS HEMATÓFAGOS DO ABC PAULISTA
As arboviroses são doenças provocadas por categoria de vírus de RNA que são transmitidos biologicamente por artrópodes para hospedeiros vertebrados. Os arbovírus que ocasionam enfermidades em seres humanos e demais animais são integrantes de cinco famílias virais: Flaviviridae, Togaviridae, Bunyaviridae, Reoviridae e Rhabdoviridae. A detecção de arbovirus nas populações de insetos são importantes para a vigilância epidemiológica de doenças como a Febre da Dengue, Chikungunya, Zika, Febre do Oeste do Nilo, etc. Os arbovírus interagem com os vírus de insetos aumentando ou diminuindo o potencial de transmissão das arboviroses. Os vírus de inseto são um grupo diverso de vírus que devido à sua especificidade e seletividade em relação às espécies de insetos hospedeiros, têm sido estudados como possíveis agentes biológicos para o controle de vetores artrópodes de doenças infecciosas. Nosso grupo de pesquisa identificou pela primeira vez no Brasil, o vírus de inseto Guadeloupe, descoberto em 2019, em mosquitos Aedes aegypti da região do caribe. Com o intuito de investigar a prevalência de arboviroses em insetos da região do ABC e a prevalência do vírus de inseto Guadeloupe em populações de mosquitos do gênero Aedes, esse projeto teve por objetivo detectar os Vírus da Dengue, Chikungunya, Zika, Mayaro e Guadeloupe em mosquitos coletados no ABC Paulista, utilizando a metodologia de Transcrição Reversa e PCR convencionais e por tempo real. Para tanto foram utilizados métodos disponíveis na literatura para os arbovírus e para a deteção do Guadeloupe, foram desenhados oligonucleotídeos complementares ao gene que codifica a polimerase do vírus. Os resultados obtidos com a análise de 340 mosquitos indicaram a ausência dos arbovírus investigados e a prevalência de 60% de vírus Guadeloupe na população de Aedes. Os fragmentos de PCR da polimerase do vírus Guadeloupe foram submetidos a sequenciamento pelo método de Sanger. Com as sequências, há possibilidade de correlacionar a variabilidade genética do Guadeloupe com a população de mosquitos do gênero Aedes.