CARACTERIZAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DAS POPULAÇÕES DE MACRÓFAGOS E LINFÓCITOS T E B NO ESTABELECIMENTO DA SÍNDROME CARDIORRENAL TIPO 3
A Síndrome Cardiorrenal do tipo 3 (SCR-3) é definida como síndrome renocárdica aguda, e ocorre quando há uma lesão renal aguda (LRA) levando ao desenvolvimento de uma injúria cardíaca aguda. Atualmente, estudos tem demonstrado um importante papel do sistema imunológico na modulação da gravidade da lesão renal em modelos experimentais de isquemia e reperfusão (I/R), e o envolvimento potencial dos macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e linfócitos T na determinação do resultado da LRA desenvolvida. A papel das células do sistema imune no desenvolvimento da SCR3 não é bem estabelecido. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar as populações de macrófagos e linfócitos T e B, no tecido cardíaco, após da LRA induzida por I/R renal. Para tanto, camundongos C57BL/6 foram submetidos ao protocolo de I/R renal através da oclusão do pedículo renal esquerdo (unilateral), por 60 min, seguido de reperfusão por 3, 8 e 15 dias. Foi realizada a digestão dos tecidos renal e cardíaco e sua posterior marcação com anticorpos, conjugados com diferentes fluorocromos, específicos para detecção de cada uma das populações de interesse após I/R, através da citometria de fluxo. Foram avaliados parâmetros morfométricos assim como a expressão gênica de marcadores imunológicos. No estudo observou-se que o rim esquerdo teve uma diminuição da massa renal aos 15 dias de reperfusão demonstrando a instalação da LRA. A infiltração dos linfócitos TCD4+e TCD8+mostrou-se aumentada no rim lesionado após 15 dias de reperfusão. Foi possível observar uma diminuição significativa dos macrófagos M1 no rim após 3 dias de reperfusão. Com relação ao tecido cardíaco, as células B diminuíram somente no grupo de I/R 8 dias. Baseado nos resultados, conclui-se que as células TCD4+, TCD8+e macrófagos M1 são moduladas de maneira tecido específica no quadro de SCR3.