*América Latina e os Palácios Vazios: Pós-desenvolvimentismo, Ecofascismo, Capitaloceno*
Estamos à beira do colapso. Mas não chegamos aqui apenas pelo modo de produção que gera o desenvolvimento das forças destrutivas, mas também através do modelo de pensamento moderno que o molda, e que criou a possibilidade de uma nova extinção em massa, o Capitaloceno. Por isso, nesse trabalho buscamos alternativas às palavras supostamente neutras ligadas a ideia de progresso. Então, analisaremos como a Modernidade capitalista se desenvolveu como geopolítica e visão de mundo que permitiram o Capitaloceno; como a América Latina foi subsumida a um Sistema-mundo moderno, uma Ecologia-Mundo, sob relações baseadas no colonialismo do poder e do saber; como a resistência à modernização desembocou em uma militância pelo desenvolvimento; como alguns paradigmas centrais do imaginário do crescimento/desenvolvimento se encontram totalmente vazios de sentido; para ao fim tentarmos apontar um esboço de saída. Já que estamos diante do que pode ser o colapso não só do capitalismo, mas da modernidade e seu modo de vida, entendemos que não existe saída moderna para problemas modernos. Daí a necessidade de alternativas ao desenvolvimento em detrimento das velhas alternativas de desenvolvimento. O esboço disso pode ser criado a partir de uma aliança crítica entre o marxismo anti-produtivista, a subversão do imaginário atual: presente nas Cosmovisões Originárias do Bem-Viver, que resistem apesar de terem sido o contrarrosto da modernidade, e a contestação ao mainstream econômico a partir do mundo desenvolvido, baseada na ideia de Decrescimento.