Comportamento Eletroquímico de Polióis e Cicloexanol em Eletrodos de Prata e Platina: Uma Análise SERS
A utilização de álcoois em diversas aplicações, desde fontes de energia até matérias-primas para produtos de maior valor agregado, tem sido objeto de extensa pesquisa nas últimas décadas. Este trabalho investiga dois processos distintos. Primeiramente, foi explorada a eletro-oxidação de polialcoóis C3 em um eletrodo de prata enrugado decorado com átomos de platina em meio alcalino. Os dados eletroquímicos revelaram que moléculas com grupos OH vicinais, como glicerol e 1,2-propanodiol, apresentaram alta atividade eletroquímica em comparação com o 1,3-propanodiol. Além a baixa carga de Pt (<1%), melhora significativamente a atividade eletrocatalítica da Ag, possibilitando a reação ocorrer por um mecanismo de trabalho em “conjunto”. A Espectroscopia Raman Amplificada pela Superfície (SERS) in situ foi utilizada para investigar o processo de eletro-oxidação, revelando os carboxilatos como os principais produtos, com uma seletividade para o lactato.
Na segunda parte do estudo, a eletro-oxidação do cicloexanol em um eletrodo de platina em meio alcalino foi examinada. Experimentos eletroquímicos revelaram dois processos distintos de eletro-oxidação para a molécula de cicloexanol. Começando por um pré-pico em potenciais mais baixos (~0,4 V vs RHE), diferindo do processo típico de eletro-oxidação de álcoois em meio alcalino, seguido por um segundo pico (~0,8V vs RHE) alinhado com a eletro-oxidação de outros álcoois em meio alcalino. Além disso, uma desativação substancial do eletrodo de platina foi observada após o primeiro ciclo, indicando a presença de espécies fortemente adsorvidas na superfície de platina. A utilização da Espectroscopia Raman Amplificada pela Superfície (SERS) in situ facilitou a identificação dos principais produtos como carboxilatos de cadeia curta e longa, juntamente com a cicloexanona. Esses carboxilatos são principalmente formados durante o segundo pico de oxidação e exibem forte adsorção no eletrodo, bloqueando a superfície através da região carboxila. Notavelmente, as espécies de cadeia longa mantiveram uma orientação paralela da cadeia carbônica à superfície do eletrodo, obstruindo ainda mais os sítios de platina e contribuindo para a forte desativação do eletrodo.