MODELAGEM MOLECULAR DOS DOMÍNIOS INIBITÓRIOS DE RBMTI-A, UM INIBIDOR DE SERINOPROTEASES E ESTUDO, IN SILICO, DE SUA INTERAÇÃO COM PROTEASES ENVOLVIDAS NO PROCESSO INFLAMATÓRIO PULMONAR
Inibidores de proteases tem se mostrado promissores agentes terapêuticos para doenças pulmonares. rBmTI-A é um inibidor de serinoprotease que, em estudos anteriores, se mostrou capaz de prevenir o desenvolvimento de enfisema pulmonar induzido por elastase porcina pancreática (PPE) em camundongos. O inibidor rBmTI-A é um inibidor pertencente à família Kunitz[1]BPTI, possui dois domínios inibitórios e massa molecular em torno de 14 kDa. O inibidor rBmTI-A tem atividade sobre tripsina bovina, calicreína plasmática humana, elastase de neutrófilos humana e plasmina. Neste presente estudo, foram obtidos modelos tridimensionais para os domínios inibitórios de rBmTI-A (D1 e D2), validados por uma série de análises de qualidade que levaram em consideração parâmetros estereoquímicos, de contatos atômicos e enovelamento. Estes modelos foram então utilizados para estudos de interação molecular com as serinoproteases HNE, KLK1, KLK3, envolvidas no contexto da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e tripsina. Segundo os resultados de energia livre de ligação e constante de dissociação, os experimentos de docking molecular evidenciaram a possibilidade de interação entre os inibidores e as serinoproteases, sendo os melhores resultados para o complexo formado entre HNE e rBmTI-A1 (ΔG = -10,9 kcal.mol-1 e Kd a 35ºC = 1,7x10-8 M); para o complexo formado entre KLK1 e rBmTI-A2 (ΔG = -11,6 kcal.mol-1 , Kd a 35ºC = 6,1x10-9 M); para o complexo formado entre KLK3 e rBmTI-A1 (ΔG = -11,5 kcal.mol-1 , Kd a 35ºC = 6,4 x10-9 M) e para o complexo formado entre tripsina e rBmTI-A2 (ΔG = -12,1 kcal.mol-1 e Kd a 35ºC = 2,4x10-9 M). Os resultados mostram que o rBmTI-A é um eficiente inibidor de serinoproteases, porém os domínios inibitórios agindo de forma independente apresentam pouca diferença para o efeito do inibidor completo. O domínio rBmTI-A1 mostra maior interação com as enzimas KLK3 e HNE, respectivamente, enquanto o domínio rBmTI-A2 mostra maior interação com as enzimas KLK1 e tripsina, respectivamente.