Canais de transmissão de conhecimento financeiro: o papel dos pais e da escola
Na última avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) de 2015, o Brasil conquistou a última colocação entre os países membros e não membros da OECD que se interessaram por participar do Questionário de Conhecimento Financeiro. Mas o que levou o país a obter tal posição? Será que os estudantes brasileiros que responderam o questionário não tiveram acesso à algum curso de educação financeira ao longo do seu crescimento pessoal? Ou talvez as figuras parentais não transmitiram os conhecimentos financeiros pessoais para seus filhos? Essas perguntas são direcionadas aos canais de transmissão de conhecimento financeiro que o jovem pode obter ao longo do seu crescimento até porquê, um possível intermediador dos ensinos envolvendo as questões financeiras são, além dos próprios cursos de educação financeira fornecidos dentro ou fora das escolas, as figuras parentais dos jovens adultos que estão prestes a ingressar em uma fase de total ou parcial independência financeira. O acesso ao conhecimento financeiro permiti que os indivíduos possam ampliar seus conhecimentos, amadurecer seus comportamentos e suas atitudes, afim de alcançar uma autoeficácia necessária para realizar planejamentos de gastos, de poupança, além de lidar com as diferentes formas de juros e a diversificação dos riscos. Decorrente a isso, esse artigo visa compreender os elos que o ensino de educação financeira dentro e fora das escolas, além dos ensinamentos passados pelas figuras parentais no decorrer da vida de um estudante, possa fornecer comportamentos conscientes positivos em questão das obrigações financeiras. Assim sendo, os dados com foco no indivíduo, na família, na comunidade e até mesmo na escala global para o Brasil foram selecionados, assim como para outras 14 economias que servirão como comparação, com o objetivo de associar as experiências diretas com os cursos de educação financeira e a transmissão de habilidades financeiras dos pais para os filhos com o comportamento e atitude dos alunos de 15 anos em conhecimento financeiro. Resultados prévios preveem que o acesso a algum curso de educação financeira influencia positivamente o comportamento consciente e o conhecimento financeiro dos estudantes, além do diálogo com os pais que possui efeito similar.