Estudo da inserção da educação estatística nos currículos das licenciaturas em matemática em instituições públicas no Brasil a partir de inferências causais
O processo de globalização tem, com o passar do tempo, ampliado o papel central que a informação exerce na sociedade moderna. As informações, muitas vezes repletas de elementos estatísticos e probabilísticos, circulam com grande rapidez e volume nos atuais meios comunicativos, e servem de base para que decisões importantes sejam tomadas, tanto a nível individual como social. Tudo isso tem influenciado um novo perfil formativo de alunos e professores a nível nacional e mundial, que tem exigido deles ferramentas essências de leitura e raciocínio estatístico e probabilístico, tangendo o que se chama atualmente de Educação Estatística. Esse estudo objetivou investigar a problemática formativa do professor da educação básica com enfoque em sua estruturação curricular, e discutiu quais os elementos que são causas da atual carga horária e número de disciplinas presentes nos cursos de licenciatura em matemática do Brasil nas instituições de ensino superior (IES) públicas. Para esse fim, desenvolveu-se uma metodologia com base na Teoria da Inferência Causal de modo a possibilitar a inferência de causas acerca da problemática. Essa inferência foi pautada na organização curricular dos cursos de Licenciatura de Matemática das universidades públicas e institutos federais do Brasil, e na formação de cada docente pertencente a esses cursos e aos departamentos de estatística existentes. Constatou-se uma influência negativa dos departamentos de estatística com relação as disciplinas obrigatórias de estatística ou probabilidade dos cursos de licenciatura em matemática das universidades. Detalhou-se as possíveis dinâmicas causais das variáveis que influenciam os números de disciplinas e cargas horárias referentes a estatística e probabilidade nas IES.