A surdocegueira e a matemática do cotidiano: uma visão etnomatemática
Este trabalho visa ampliar os conhecimentos da matemática para pessoas com deficiência, especificamente, surdocegos. Para isso, encontramos a teoria da Etnomatemática que elucida o uso da matemática no cotidiano do indivíduo de uma forma cultural. A proposta da conjectura foi definida para mostrar que a Comunidade Surdocega é formada de pessoas com formas de comunicação diferentes que compartilham de uma mesma cultura. A ideia é mostrar que essas pessoas são reconhecidas por questões culturais, linguísticas e que a matemática é parte dessa cultura. Por muitos anos, o ensino de pessoas com surdocegueira passou por longo processo de experimentação. Mesmo sabendo sobre a particularidade de cada pessoa com deficiência, através da narrativa de uma pessoa com surdocegueira, o objetivo é comparar o ensino e aprendizagem de matemática, com poucos recursos tecnológicos e qual a funcionalidade em sua vida nos dias atuais. O Programa Etnomatemática se propõe a abordar o ensino e aprendizagem partindo da cultura da qual emergem conhecimentos matemáticos que se desejam compreender para além dos conhecimentos matemáticos hegemônicos. A metodologia usada para a pesquisa é a etnometodologia, fundamentada em uma entrevista semiestruturada com recursos de narrativas e vivências desse indivíduo. Para pensarmos, atualmente, a matemática ensinada para pessoas com surdocegueira fundamentada nos parâmetros da Educação Especial, de fato são de cunho funcional ou metodológico? Com os dados teóricos e a análise de campo, compreende-se que a matemática é um elo capaz de interligar alunos público-alvo da educação especial, por meio das formas de comunicação, propostas pedagógicas e recursos de tecnologia assistiva.