ANÁLISE DOS FATORES AMBIENTAIS QUE DETERMINAM O PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA DE ESPÉCIES ARBÓREAS ENDÊMICAS E AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO NA MATA ATLÂNTICA
Estudos, pesquisas e projetos em conservação da biodiversidade têm sido fundamentais no âmbito global devido à intensa degradação dos ecossistemas. Como estratégia para definir ações de conservação cita-se, dentre outras, a identificação e localização de espécies ameaçadas através de Listas Vermelhas segundo critérios da IUCN (International Union for Conservation of Nature). A meta do presente estudo foi avaliar a relação entre as variáveis ambientais e a distribuição da riqueza de espécies de árvores endêmicas e ameaçadas da Mata Atlântica incluídas na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. A Mata Atlântica foi foco do presente estudo, por ser um dos hotspots mais significativos em termos endêmicos e por possuir a melhor amostragem de dados de espécies ameaçadas da flora. Foram consideradas variáveis ambientais acerca da heterogeneidade ambiental, clima, solo, uso do solo, cobertura vegetal e seu nível de proteção para avaliar sua influência na distribuição da riqueza de espécies. Para tal foram utilizados o banco de dados interativo (NeoTropTree) e a coleção de dados Mapbiomas. Com esses dados, foram realizadas análises de correlação espacial e modelos de regressão foram selecionados pelo critério de informação Akaike (AIC) a fim de obter as variáveis ambientais mais preditoras de riqueza de espécies. Os resultados sugerem uma maior relevância da riqueza de espécies em extensas áreas de floresta natural e de proteção integral, considerando a influência do clima na determinação dos padrões de riqueza de espécies arbóreas endêmicas ameaçadas. Outros fatores relacionados a heterogeneidade ambiental também contribuíram para predição da riqueza de espécies.