Efeito da arborização urbana e áreas verdes sobre a temperatura da região metropolitana de São Paulo
A formação de ilhas de calor, fenômeno peculiar em áreas urbanas, é caracterizada por um aumento rápido da temperatura na atmosfera urbana, um aumento da concentração dos poluentes atmosféricos e uma diminuição na umidade relativa. Atualmente, existem poucos estudos que relacionam os benefícios de áreas verdes urbanas em função do seu gradiente de distância e o quanto isso influi no efeito da alteração térmica do entorno. Neste cenário, é essencial compreender melhor a relação entre a presença da arborização urbana, áreas verdes e edificações na cidade a fim de subsidiar o planejamento de políticas públicas que maximizem os benefícios para a população no que diz respeito à mitigação das ilhas de calor. Para testar a presença de relação entre a temperatura média diária e variância da temperatura diária e a arborização urbana, área verde, edificações e índices de proximidade (ou seja, métricas relativas de tamanho e distância de áreas verdes, árvores e edificações) foram criados modelos baseados na inferência estatística por Verossimilhança para raios de distância de 1 km e 500 m. A temperatura média diária e variância da temperatura diária foram utilizadas como variáveis respostas e como covariáveis as demais citadas acima. Desta forma foram gerados modelos estatísticos, com diferentes combinações entre as covariáveis, e a abordagem de seleção de modelos pelo critério de informação de Akaike para pequenas amostras. Dentre os modelos gerados neste trabalho, o mais plausível foi o que explicava a temperatura média e variância da temperatura em função da arborização urbana, índice de proximidade de área verde e edificações tanto para os raios de 1 km e 500 m. Os resultados obtidos pela seleção de modelos estão parcialmente em consonância com o que é observado na literatura.