Análise espacial do potencial impacto de áreas contaminadas sobre cursos d’água, poços e aquíferos na bacia do Alto Tietê
Este trabalho se propôs a identificar e avaliar o grau de risco, vulnerabilidade e contaminação dos cursos d’água, poços e aquíferos localizados na Bacia Alto Tietê, que possui a maior concentração de áreas contaminadas do Brasil. Para isso, foi elaborada uma metodologia de análise de Vulnerabilidade de Aquíferos através do método AVI (Aquifer Vulnerability Index); delimitação de perímetros de segurança e identificação de poços em risco, assim como o acúmulo de contaminação na hidrografia; e elaboração de um Índice Integrado de Risco, unificando informações de vulnerabilidade, ameaça e exposição. Através dos resultados foi possível identificar que o Aquífero São Paulo possui um menor índice de vulnerabilidade comparado ao Pré-Cambriano, principalmente devido à espessura de sua camada não saturada. Utilizando os parâmetros descritos pelas legislações vigentes, foram concluídas a existência de 7.958 poços em risco em toda a extensão da bacia (77,15% do total). Também foi possível notar que os rios com maior acúmulo de contaminação são os Tietê, Tamanduateí e Pinheiros, que estão em áreas com alta concentração de áreas contaminadas e recebem o deságue de outros corpos hídricos que também estão em risco de contaminação. Os municípios mais vulneráveis, tanto socialmente quanto em relação aos aquíferos, estão localizados nas periferias da bacia e necessitam de um monitoramento mais próximo quanto às áreas contaminadas. Já os municípios nas regiões identificadas com maior índice integrado de risco, como Diadema, Guarulhos, Mauá, Osasco, Santo André, São Paulo e Taboão da Serra, coincidiram com os que também necessitam de delimitação de perímetros de segurança em seus poços, que se deve devido à grande concentração de áreas contaminadas na região. Dessa forma, foi possível identificar a vulnerabilidade, exposição, ameaça e índices de risco para a Bacia Alto Tietê, e espera-se que com os resultados alcançados, a pesquisa sirva como base para informar à sociedade e aos órgãos públicos sobre a vulnerabilidade e riscos da região, que podem ser prevenidos e mitigados com ações adequadas.