DEGRADAÇÃO DO ANTIBIÓTICO AMOXICILINA EM EFLUENTES POR PROCESSO DE FENTON
Os problemas em relação a qualidade da água têm sido muito discutidos, uma vez que é um recurso natural limitado e imprescindível para as atividades humanas, com destaque para a dessedentação humana, atividades agrícolas e abastecimento público e privado. Somado a degradação dos recursos hídricos, a presença de compostos persistentes em efluentes, como fármacos, produtos de higiene pessoal e compostos metabolizados, têm trazido preocupação por serem tóxicos e causarem danos ao meio ambiente. Esses tipos de poluentes, muitas vezes, não são removidos pelos processos convencionais de tratamento de efluentes. Diante disso, o presente trabalho contribuiu com o desenvolvimento e avaliação do processo oxidativo avançado, especificamente do tipo Fenton, para a degradação da amoxicilina em efluente simulado. Além disso, em vista ao estímulo de mais práticas da utilização de efluentes, este trabalho propôs o tratamento do efluente sintético a níveis que possibilite o seu reúso, contribuindo para a redução da demanda sobre as fontes de água e consequentemente, para a conservação dos recursos hídricos. Para isso, a partir de uma série de experimentos, foi determinada a concentração ótima de Fe2+ (500 mg L-1) e H2O2 (1500 mg L-1) com o tempo de tratamento fixado em 60 minutos. Três tratamentos baseados em Fenton foram propostos: (I) sem fonte específica de radiação; (II) utilizando-se luz UV; e (III) luz solar, como fontes de radiação. Nessas condições, foram alcançadas remoções > 80% para DQO e DBO, >98% para turbidez e ainda 100% da amoxicilina foi degradada com taxa de mineralização >66%. As análises cromatográficas indicam a presença de X produtos de degradação formados. Foi avaliada a toxicidade do efluente tratado ao organismo Lactuca sativa . Em relação ao reúso da água, comparando-se com as legislações vigentes, os efluentes tratados são considerados adequados para reúso em lavagem de pisos, calçadas e irrigação dos jardins; manutenção dos lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes; reúso nas descargas dos vasos sanitários; e, reúso nos pomares, cereais, forragens, pastagem para gado; outros cultivos através de escoamento superficial ou sistema de irrigação pontual e para reúso potável indireto, isto é, na recarga de mananciais superficiais ou subterrâneos.