AVALIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DAS EMISSÕES DE CH4 NO RESERVATÓRIO GUARAPIRANGA–SP.
Dados do Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de outubro de 2018 apontam para um aquecimento global médio de 1,5° C. Os principais gases de efeito estufa (dióxido de carbono e o metano) correspondem a 92% (76% CO2 e 16% CH4) do total dos gases emitidos relacionados ao aquecimento global. Ainda que o CH4 não seja o gás de efeito estufa (GEE) mais abundante na atmosfera terrestre, seu potencial de aquecimento global é muito maior do que de CO2. Estima–se que o potencial de aquecimento do metano em um horizonte de 100 anos será 28 vezes maior que o dióxido de carbono, aumentando, portanto, sua contribuição para o aquecimento global. As áreas alagadas cumprem importantes funções ecológicas, entre elas, no ciclo do carbono, e são consideradas como as maiores fontes naturais de metano do planeta. O reservatório Guarapiranga está inserido no território da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, localizado na parte sudeste da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Este reservatório urbano possui áreas alagadas com regiões inseridas próximas a grandes concentrações populacionais e frequentemente submetido a grande carga de poluentes, que podem influenciar nas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Os períodos de maior incidência de precipitações e períodos de estiagem alteraram a dinâmica e composição dos reservatórios, sendo, portanto, de extrema importância investigar se existe influência da sazonalidade e quais são os fatores que governam as emissões de GEE ao longo dos períodos hidrológicos.