Modelagem espacial da expansão urbana no Município de Ilha Comprida – SP: contribuição à gestão territorial de uma unidade de conservação
O presente trabalho analisa a expansão urbana no municio de Ilha Comprida (litoral Sul do Estado de São Paulo), através da modelagem de uso em ocupação do solo com o objetivo de avaliar como e quais as variáveis, incluindo as delimitações/zoneamentos na Área de Proteção Ambiental Ilha Comprida estipulados no Decreto Estadual nº 30.817, de 1989, influenciaram o uso e ocupação do meio físico. Uma simulação de cenários futuros permitiu avaliar como a legislação trouxe e ainda poderá trazer impactos diretos nos padrões de uso e ocupação do solo, sob a hipótese de que apesar dos conflitos, o zoneamento tem importante papel na conservação. Para a modelagem foi aplicado o método bayesiano de pesos de evidências através do software Dinamica EGO, com a avaliação das variáveis envolvidas na transição de uso do solo não urbano para o uso urbano. Foram utilizadas as variáveis categóricas de vegetação, solo e zoneamento urbano, e as variáveis contínuas de Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) e distâncias à borda da ilha, à linha de costa, ao sistema viário, às linhas de drenagem, aos pontos de interesse fotográfico e às linhas de erosão costeira que foram utilizadas para gerar o mapa de probabilidade de mudança para as transições estudadas. O processo de modelagem envolveu os gestores da APAIC nas etapas de calibração e inclusão da nova proposta de zoneamento que está em discussão para elaboração dos diferentes cenários envolvendo análises com a presença e ausência dos zoneamentos. Através da modelagem foi possível constatar que apesar das pressões de expansão urbana sobre áreas protegidas e de interesses para conservação evidenciadas nos mapas de probabilidade, os zoneamentos aparecem como variáveis fundamentais para controle das ocupações e preservação ambiental.