Aula de Filosofia: espaço de discussão e problematização da violência e do preconceito na escola
A violência, observada nas formas de preconceito, é apresentada como um problema filosófico passível de discussão na aula de filosofia no sentido de ser uma dimensão que atravessa a comunidade escolar, fazendo parte integrante da realidade diária, interna e externa da escola e da vida dos estudantes. A partir desta perspectiva, este trabalho de pesquisa, na área de ensino de Filosofia, estuda de modo específico a aula de filosofia e sua possibilidade de ser um espaço de exercício de discussão e problematização com relação à própria temática da violência apreendida no cotidiano escolar nas formas de preconceitos vividos e reproduzidos. A pesquisa está estruturada a partir dos registros de experiência de uma sequência didática proposta ao longo de aproximadamente um bimestre (agosto e setembro de 2019), com o total de seis aulas nas quais cujo tema central abordado foi a violência na escola. As aulas foram estruturadas sob a forma de teorização das formas de preconceito que caracterizam a violência, atividades de roda de conversa, escrita de relatos de experiências, a produção de um trabalho em vídeo sobre a temática discutida e um trabalho de conscientização que envolveu outras turmas através da produção de cartazes. Resulta que a problematização da temática da violência permite perceber a amplitude que a aula de filosofia (na dimensão temporal, espacial e de acontecimento) assume quando os seus sujeitos passam a colocar a realidade como problema filosófico.