A macrofauna bentônica como modelo para avaliação dos efeitos da urbanização costeira em praias arenosas: estudo de caso na Baixada Santista, SP
O ecossistema de praias de areia é sujeito a diversas pressões antrópicas resultantes da urbanização, as quais podem perturbar a fauna e modificar a estrutura das comunidades. A urbanização ocorre em diferentes graus ao longo da costa e seu impacto sobre a comunidade pode variar em função deste grau. Algumas pressões decorrentes da urbanização, como pisoteio e iluminação artificial, são comuns em praias urbanizadas, mas ainda precisam de mais estudos. Neste contexto, conduzimos uma avaliação da estrutura da comunidade de macrofauna bentônica ao longo de um gradiente de urbanização na Baixada Santista e examinamos o efeito de diferentes intensidades e frequências de pisoteio sobre a macrofauna. Também investigamos o efeito da iluminação artificial e do pisoteio sobre a comunidade da macrofauna. Nossos resultados indicam que praias menos urbanizadas possuem maior riqueza e abundância de espécies do que praias altamente urbanizadas, e a composição da fauna varia entre essas categorias. Além disso, enquanto a frequência do pisoteio reduz a abundância e riqueza de espécies, a intensidade tem o efeito contrário sobre a riqueza, já a interação entre os fatores afeta negativamente os crustáceos, mas beneficia as poliquetas quando há o aumento da frequência do pisoteio.