Perovskitas como catalisadores para eletro-oxidação de glicerol
Com o aumento global da produção de biodiesel durante os últimos anos, a disponibilidade do glicerol, coproduto do biodiesel, tem excedido seu consumo de forma que seu valor comercial tem diminuído significativamente. Assim, alguns estudos têm sido realizados na intenção de identificar um eletro catalisador ideal para a conversão de glicerol em outros produtos de maior valor agregado. Diferentes metais como Pt, Ag, Au, Pd, assim como algumas ligas destes materiais, têm sido avaliados na busca da condição ideal para eletro conversão de glicerol, com seletividade e mínimo custo. Bons resultados em termos de seletividade têm sido observados, no entanto, o custo do catalisador permanece uma questão importante em aberto. Óxidos perovskita têm sido amplamente estudados como catalisadores para catálise heterogênea na conversão de glicerol devido seu baixo custo, elevada área superficial e fácil preparação. Perovskitas também têm sido estudadas para a reação de redução de oxigênio (RRO), células solares e degradação de produtos nitrogenados com resultados promissores. No presente trabalho investigamos as estruturas perovskíticas LaCoO3, La2CuO4, LaNiO3, além de algumas substituições na estrutura LaNiO3 (LaNiO3/Ce e LaNiO3/Pt) como eletro-catalisadores para a oxidação de glicerol. Os materiais foram sintetizados pelo método citrato assistido por micro-ondas. Os mesmos foram caracterizados por MEV, EDS e DRX. A avaliação eletroquímica foi realizada em meio alcalino em solução de 0.1molL-1 de glicerol. As perovskitas puras mais ativas foram LaNiO3 e LaCoO3 sendo encontrado ácido fórmico e glicólico como principais produtos de oxidação do glicerol por meio de In situ IR (SNIFTIRS) e online collection HPLC. Ácido fórmico parece ser o produto final da reação. A adição de cério durante a síntese do catalisador levou à formação de um catalisador mais ativo e estável por meio da formação de uma solução sólida de CeO2 e LaNiO3. Os resultados indicam que as perovskitas são materiais promissores para a oxidação de álcool uma vez que entregam altos valores de corrente, cerca de 200 vezes mais que nanopartículas de níquel, ao mesmo tempo que produzem seletivamente os ácidos glicólico e fórmico.