Mineração de Dados sobre Mortes por Abuso de Tricloroetileno: Traçando o Perfil de Vítimas da Região Leste de São Paulo
A Organização mundial de Saúde define que “droga é toda substância natural ou sintética que, introduzida no organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções”. Em relatório anual o UNODC (United Nations Office on Drungs and Crime) revelou que no ano de 2016 cerca de 275 milhões de pessoas com idades entre 15 e 64 anos, em todo o mundo, usaram algum tipo de droga psicotrópica pelo menos uma vez durante o ano, sendo que isso representa aproximadamente 5,6% da população mundial nesta faixa etária. Esse relatório aponta para um aumento de 60% no número de mortes causadas pelos efeitos do uso de drogas no período compreendido entre os anos 2000 e 2015. O perfil de prevalência para o uso de drogas no Brasil coloca os solventes/inalantes em lugar de destaque ,estando entre as escolhas mais comuns feitas pelos usuários mais jovens, juntamente com o álcool e a maconha. O Tricloroetileno é um hidrocarboneto clorado comumente utilizado como solvente industrial e sua presença vêm sendo verificada com certa frequência, por meio de exames toxicológicos, no organismo de cadáveres autopsiados pela equipe de perícias médico-legais da zona leste de São Paulo sob suspeita de morte em decorrência de intoxicação exógena. A partir de técnicas apropriadas de mineração por regras de associação, combinadas com outras abordagens em mineração de dados, obtivemos evidências da presença do tricloroetileno em uma parcela significativa dos casos de morte por intoxicação. Foi possível estudar o perfil desta população a partir das regras de associação inferidas. Os resultados aqui apresentados podem subsidiar autoridades e pesquisadores, sobre as graves consequências para os usuários, seus familiares e a sociedade sobre o uso do Tricloroetileno para fins de recreação.