Construção de uma linhagem geneticamente modificada de Zymomonas mobilis com vistas à produção de álcoois de cadeia longa
A bactéria Gram-negativa Zymomonas mobilis possui diversas características que a tornam atrativa para a produção industrial de diversos bioprodutos, incluindo o bioetanol. Por exemplo, Z. mobilis pode ser cultivada tanto em condições aeróbicas como anaeróbicas, é capaz de converter glicose em etanol com maior eficiência do que a levedura Saccharomyces cerevisiae e tolera concentrações mais elevadas deste álcool, durante o processo de fermentação. No entanto, essa bactéria pode ser geneticamente modificada para produzir outros tipos de biocombustíveis e produtos de alto valor agregado, como o isobutanol, além de outros álcoois de cadeia longa (Long Chain Alchohols, ou LCAs), que possuem maior densidade energética do que o etanol. O presente projeto visa empregar uma abordagem de manipulação genética, originalmente desenvolvida em Escherichia coli, para construir uma linhagem de Z. mobilis modificada, que poderá ser posteriormente utilizada para a produção de álcoois de cadeia longa. Para tanto, dois genes exógenos foram clonados em Z. mobilis: uma 2-cetoácido descarboxilase de amplo espectro (gene kivd, de Lactococcus lactis), capaz de converter 2-cetoácidos em aldeídos e uma álcool desidrogenase de amplo espectro (gene adh2 de S. cerevisiae), que reduz esses aldeídos aos seus respectivos álcoois. Essa nova cepa de Z. mobilis, denominada ZmLCA1, poderá ser utilizada em abordagens de engenharia metabólica, visando a produção de isobutanol e outros LCAs. Além disso, dada a alta toxicidade do isobutanol, esforços foram feitos para a obtenção de uma cepa de Z. mobilis com maior resistência a este LCA, com o auxílio de uma abordagem de evolução dirigida, baseada no uso de cultura contínua, em um quimiostato