RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E AÇÃO: PROCESSAMENTO LÉXICO-SEMÂNTICO DE VERBOS NA DOENÇA DE PARKINSON
Evidencias têm revelado que a cognição pode estar enraizada em sistemas sensórios-motores de nível inferior, apoiando uma visão de cognição corporificada ou Embodied Cognition. A discussão busca informações de que processos léxico-semânticos de linguagem são fundamentados em mecanismos perceptivos e motores. Neste âmbito, doenças neurológicas ligadas ao movimento estão sendo investigados como modelos preditivos das relações entre linguagem e ação, estando a Doença de Parkinson - DP no cerne dessa discussão. A possibilidade de comprometimento nas habilidades léxico-semânticas presentes em pacientes com Doença de Parkinson não são um consenso na literatura, além disso, há uma variabilidade de delineamentos experimentais para investigar esses correlatos, deixando uma lacuna na literatura. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é Investigar o processamento léxico-semântico de verbos de ação em sujeitos saudáveis e em pacientes com doença de Parkinson, buscando informações se o tipo de tarefa de processamento (superficial ou profundo) e componente semântico (tipo de movimento cinético para execução da ação verbal) influencia no desempenho em tarefas de decisão e julgamento semântico de verbos de ação. Participarão do estudo 60 voluntários adultos, sendo a amostra dividida em participantes saudáveis (n=30) e pacientes com doença de Parkinson (n=30). Os grupos serão pareados para idade e escolaridade, para não haver discrepâncias entre os mesmos. Os voluntários que aceitarem participar do estudo assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE e serão submetidos a uma avaliação neurocognitiva breve para caracterização da amostra e em seguida realizarão as tarefas de Decisão e Julgamento semântico. Serão analisadas as variáveis de tipo do movimento cinético para execução do verbo, tempo de reação e acurácia em relação aos grupos e possíveis efeitos de interação. Espera-se com esse estudo, ampliar a investigação a partir de grupos clínicos, tarefas, e tipologia dos estímulos, possibilitando aprofundamento teórico-prático e evidencias substancial que corroborem para suprir lacunas teóricas, objetivando conhecer possíveis alterações léxico-semânticas em pacientes com Doença de Parkinson e posteriormente presumir alternativas terapêuticas, além de fornecer subsídios para compreender melhor os construtos neurais envolvidos nesta problemática.