Fontes energéticas celulares para a remoção do cálcio citoplasmático em neurônios e sua
modulação pelo transporte de glicose da membrana plasmática
A doença de Alzheimer (DA) é uma desordem neurogenerativa caracterizada pela formação de placas de peptídeo β-amiloide (Aβ) e emaranhados neurofibrilares (EN). Diversos estudos apontam o peptídeo Aβ como a causa primária da doença. No entanto, um longo espaçamento temporal é observado entre a produção anormal do peptídeo Aβ e o declínio das funções cognitivas comuns à doença de Alzheimer. Assim, a determinação dos mecanismos moleculares que delineiam a fase assintomática da doença é requerida para a melhor compreensão da fisiopatologia da doença de Alzheimer, bem como para a proposição de novos alvos farmacológicos. Alterações no metabolismo energético neuronal têm sido observadas durante o desenvolvimento da DA, indicando um potencial alvo de estudo. De fato, o desbalanceamento do metabolismo energético está associado a diversos efeitos deletérios, entre eles está o prejuízo na remoção do Ca2+ citosólico. A restauração do nível basal de Ca2+ intracelular se dá através de mecanismos ATP-dependentes e é crucial para as vias de sinalização neuronal. Assim, na ausência de um fornecimento adequado de ATP, que é proveniente principalmente de duas vias energéticas, glicólise e mitocôndria, o processo de remoção de Ca2+ é afetado. No entanto, ainda não é compreendido se a mudança na sinalização do Ca2+ é a causa primária ou um fator secundário da DA. Desse modo, pretendemos esclarecer: (i) a contribuição individual das duas vias energéticas principais para a remoção Ca2+ citosólico; (ii) a relação entre concentração de glicose citoplasmática e Ca2+ intracelular.