A QUESTÃO PALESTINA COMO QUESTÃO DE GÊNERO
A presente dissertação de mestrado levanta a hipótese de que, em um contexto de ocupação da Palestina por forças israelenses, em uma região de conflitos constantes e com forte presença religiosa, os marcos teóricos feministas clássicos são insuficientes para abordar a realidade vivida por mulheres palestinas e para auxiliar no seu processo de emancipação, junto a luta nacional. Orientamo-nos pela pergunta de pesquisa: Como as mulheres, engajadas no debate político, resistem a ocupação israelense e quais são as reivindicações existentes em relação aos direitos das mulheres, dentro do processo de busca de um reconhecimento internacional da Palestina como Estado nacional? O pressuposto é de que os marcos teóricos feministas, pautados nas teorias clássicas das Relações Internacionais e que contemplam práticas de pretensões universais baseadas em realidades ocidentais e laicas, são insuficientes para explicar os posicionamentos políticos e as reivindicações singulares das mulheres palestinas. Visto isso, a dissertação utiliza da perspectiva teórico-metodológica do feminismo islâmico e do feminismo pós-colonial, buscamos responder como se dão as opiniões das mulheres sobre a agenda dos principais movimentos nacionais palestinos, quais são as suas principais reivindicações, como mulheres, dentro da realidade vivida por elas.